Maracanã


Viação Maracanã S.A.
1951 - 1968

Histórico

Empresa de transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal, fundada no inicio da década de 1950 na cidade do Rio de Janeiro por Américo Alves Prior.

Em 1952, explorava a linha de lotação Estrada de Ferro – Leblon, com 16 carros de 13 passageiros.

Em 11 de maio de 1955, assume a linha de ônibus 114 (Estrada de Ferro – Ipanema) via Lagoa, até então explorada pela Viação Relâmpago, com o seguinte itinerário: Praça Cristiano Otoni, Praça Duque de Caxias, Presidente Vargas, Passos, Tiradentes, Carioca, Largo da Carioca, Almirante Barroso, Rio Branco, Praça Paris, Beira Mar, Praia do Flamengo, Osvaldo Cruz, Praia de Botafogo, Passagem, General Polidoro, Real Grandeza, Sampaio Correia, Túnel Alaor Prata (Velho), Siqueira Campos, Barata Ribeiro, Xavier da Silveira, Henrique Dodsworth (Corte do Cantagalo), Epitácio Pessoa, Montenegro, Barão da Torre e Henrique Dumont.  



Diário da Noite, 05/08/1955


Em agosto de 1958, a linha de lotação Estrada de Ferro – Leblon, via Copacabana, explorada com 57 carros das empresas Maracanã, Leblon, Paulista e Incatem o seu itinerário encurtado, ganhando a vista Castelo – Ipanema e a numeração RS-4.


Fatos e Fotos, 08/06/1961


Em 1963, seguindo o novo Plano de Transportes, a linha de ônibus 114 (Estrada de Ferro – Ipanema) foi renumerada, ganhando a vista 144 (Estrada de Ferro – Jardim de Alá), sendo extinta em meados de 1966.

Em março de 1964, em função de nova determinação do Governo do Estado da Guanabara, foram extintas todas as linhas de lotações da Zona Sul, entre elas as duas únicas linhas de lotação da empresa:  

Estrada de Ferro – Leblon
Castelo – Ipanema.  


Linha 144 (Estrada de Ferro - Jardim de Alá)
Diário Carioca, 22/03/1964
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Em 1965, a Viação Maracanã inaugura a linha de ônibus 626 (Penha - Sáenz Peña), com o seguinte itinerário: General Roca, Conde de Bonfim, Pinto de Figueiredo, Gonzaga Bastos, 28 de Setembro, Visconde Santa Isabel, Barão do Bom Retiro, Dona Romana, Cabuçu, Lins Vasconcelos, Padre Roma, Maria Antônia, General Belgarde, Barão do Bom Retiro, 24 de Maio, Dias da Cruz, Magalhães Couto, Adriano, Amaro Cavalcanti, Luís Carlos, Archias Cordeiro, José dos Reis, Abolição, Suburbana, Largo dos Pilares, Álvaro Miranda, Padre Januário, Praça 24 de Outubro, Estrada Velha da Pavuna, Itaóca, Democráticos, Uranos, Ibiapina e José Maurício.


Rua Barão do Bom Retiro, Engenho Novo, outubro de 1965
Foto Arquivo Nacional. Fundo Correio da Manhã



Entre 1965 e 1966, assume as linhas circulares abraçantes  641 (Usina – São Cristóvão) via Hadock Lobo e 642 (Usina – São Cristóvão) via 28 de Setembro, até então exploradas pela Viação Tijuca. Em meados de 1966 as linhas foram suprimidas e transformadas na linha 229 (Usina – Rodoviária). 

Alguns meses depois a linha 229 (Usina - Rodoviária) foi encurtada até São Cristóvão, deixando de passar pelo Grajaú.

Foto - Linha 626 (Penha-Sáenz Peña) no Meyer 

Em 1967, atendendo reclamações de moradores prejudicados pelo fim das antigas linhas circulares,  a linha 229 foi extinta, sendo substituída pelas novas linhas circulares abraçantes 643 (São Cristóvão – Saénz Peña) via Engenho Novo e 644 (São Cristóvão – Sáenz Peña) via Maracanã.

Segundo relatos, a empresa também teria explorado, num curto período, as linhas circulares abraçantes 654 e 655 (Lins – Largo da Segunda-Feira) e a empresa Transportes Paulista teria explorado a linha 642 (Usina - São Cristóvão).

Relatos de uma moradora do Grajaú

CORREIO DA MANHA, Primeiro Caderno, Gerico, 10 de março de 1968

Problemas com ônibus no Grajaú Da senhora Joselita de Jesus Carvalho Neves, residente Rua Sá Viana n° 41, apartamento 301, no Grajaú, recebemos: 

"Com reinício das aulas do Colégio Brasileiro do São Cristóvão onde estudam meus quatro filhos, sendo que três no ginásio uma no cientifico, começo ficar preocupadíssima. Como estabelecimento de ensino localiza-se em São Cristóvão, eu resido no Grajaú, dependemos de um só meio de condução. Creio que os senhores já devem ter ouvido falar na Viação Maracanã. Pois bem: essa companhia explora duas linhas: uma, Penha-Sáenz Pena, n° 626, está servida com regularidade com carros novos; outra, Sáenz Pena-São Cristóvão, números 643 644, somente conta com carros velhos, demora de um para outro de mais de uma hora, até dramático ficar em uma fila esperando esses infelizes companhia explora essa linha há muitos anos, somente que com outros números nomes. Por exemplo: começou como 641 642, seu nome era Usina-São Cristóvão. Depois, passou para 229, Usina-Rodoviária, meses depois voltou ser Usina-São Cristóvão, com mesmo número, porém deixou de abranger Grajaú, ficando numerosos passageiros, inclusive crianças estudantes do Pedro II, do Brasileiro, do Ginásio Estadual Olavo Bilac outros, sem condução direta, obrigando os colegiais duas conduções, ou ir pela Praça Sáenz Pena ou pela Praça da Bandeira, que além de preocupar os pais, onera muito o transporte, pois enquanto Usina cobrava NCr$ 0,20, os outros são nada menos de NCr$ 0,38. Os pais de estudantes não podem arcar com tal despesa. Além desta despesa, temos uniformes, livros outros materiais escolares, sem contar o preço do ensino. Devo esclarecer que quando tal ocorreu eu não fiquei calada. Telefonei para Serviço de Planejamento falei com um dos auxiliares do diretor, que, ouvindo-me com muita atenção, prometeu interferir, restabelecer passagem dos ônibus pelo Grajaú. Dias depois, para nosso contentamento, os ônibus voltaram. Se de uma forma foi bom, de outra continua ruim, pois intervalo de um carro para outro grande os mesmos, ao passarem pelo Grajaú, já estão super- lotados, quando não ficam pelo meio do caminho, enguiçados. Em dezembro, as coisas mudaram para pior, com mudança do itinerário, pois os ônibus já não vão mais à Usina, prejudicando milhares de trabalhadores, mas Praça Sáenz Pena. Os senhores sabem muito bem que quem estiver na Tijuca quiser ir São Cristóvão, pode contar com Freguesia, tanto na ida como na volta. Para que então fazer uso de um ônibus que passa pelo Engenho Novo na ida na volta pelo Grajaú. Com essa situação, naturalmente, os usuários ficam seriamente prejudicados."

A Viação Maracanã encerrou suas operações em novembro de 1968, quando explorava as seguintes linhas:

626 - Sáenz Peña – Penha 
643 - São Cristóvão – Saénz Peña, via Engenho Novo 
644 - São Cristóvão – Sáenz Peña 

A linha 626 foi logo assumida pela Viação Coração de Maria, que também adquiriu o patrimônio da Empresa. 

As linhas 643 e 644 foram extintas junto com a empresa.










Prefixos da Frota

91 50, década de 1950
26 000, década de 1960

Sedes

Avenida 28 de Setembro, 5, Vila Isabel  
Rua Magalhães Castro, 135, Jacaré, a partir de 1965



REFERÊNCIAS:

Mais de 2.200 camionetas aumentam. A Manhã. Rio de Janeiro. 25 novembro 1952. p.8.

Ônibus novamente na Lagoa. Tribuna da Imprensa. Rio de Janeiro. 09 maio 1955. p.2.

Ônibus. Revista Guia Rex 1957 Anuário das Ruas do Rio de Janeiro.

Operação Copacabana vai criar 7 linhas de lotações. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 24 agosto 1958. Segundo Caderno. p.7.

Mecânico, Viação Maracanã. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 01 maio 1960. Classificados. p.12.

Mandim Declara que plano de transporte da Zona Sul se estenderá por 60 dias. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 01 março 1964. p.10.

Entram em vigor amanhã as novas tarifas dos ônibus da Guanabara. O Globo. Rio de Janeiro. 20 abril 1965.

Fontenele diz que recomeço das operações nada tem com a campanha eleitoral. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 25 setembro 1965. p.5.

Ônibus cai na linha dos trens. Correio da Manhã. Rio de Janeiro. 12 março 1966. p.5.

Ônibus salta da ponte: trocador e motorista escapam. Correio da Manhã. Rio de Janeiro. 13 março 1966. p.12.

Ônibus. O Jornal. Rio de Janeiro. 18 setembro 1968. p.8.

Gerico. Correio da Manhã. Rio de Janeiro. 10 março 1968. p.8.

Viação Coração de Maria S.A., Assembleia Geral Extraordinária. Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 06 novembro 1968. Segundo Caderno. p.5.

Página lançada em 22 de setembro de 2018.