Cascadura


Histórico

O bairro sempre foi movimentado, por estar no cruzamento do Caminho dos Jesuítas com a estrada para Jacarepaguá, onde havia grande número de engenhos de açúcar.

O ponto ganhou maior notoriedade em 1858 com a inauguração da estação de Cascadura da Estrada de Ferro Dom Pedro II e o início do serviço de trens de subúrbio, em 1861, com um trem diário por sentido entre as estações da Côrte (atual Central) e Cascadura.

Cada trem era composto de 7 carros, sendo 4 de primeira classe, 2 de segunda classe e 1 bagageiro. O trem saía da estação da Côrte às 17:15h, parando nas estações de São Cristóvão, São Francisco Xavier (inaugurada nesse mesmo dia), Engenho Novo e Cascadura, de onde retornava às 19:15h.

Após a inauguração da estação, começam a aparecer as primeiras casas e comércio, dando início a ocupação do atual bairro de Cascadura. 

Em 1867, o serviço de trens de subúrbio, com 4 trens diários por sentido, operava entre as estações da Corte, atual Dom Pedro II, e Sapopemba, atual Deodoro. Em 1869 a linha já operava com 6 trens por sentido. Em 1871 é inaugurado o primeiro trecho de via dupla da Estrada da Ferro, entre a Estação da Corte e Cascadura. O segundo trecho duplicado, até Deodoro, é entregue em 1875.


Estação de Cascadura no final do século XIX


Em 1889, o serviço de trens de subúrbio funcionava com as seguintes estações: Côrte, São Christóvão, São Francisco Xavier, Rocha, Riachuelo, Sampaio, Engenho Novo, Todos os Santos, Engenho de Dentro, Piedade, Cupertino, Cascadura e Sapopemba.

No dia 10 de setembro de 1873, através do decreto nº. 5399 é concedido o privilégio por 20 anos para construção de uma linha de carris de ferro de tração animada entre a estação de Cascadura da Estrada de Ferro Dom Pedro II e a Freguezia de Nossa Senhora do Loreto, em Jacarepaguá. 

No dia 23 de dezembro de 1875 , é inaugurado o primeiro trecho de linha de tração animal da Companhia Ferro-Carril de Jacarepaguá, com bitola de 1 metro, entre a estação de Cascadura da Estrada de Ferro Dom Pedro II e o Campinho, com 1.548 metros de extensão e frota de 2 bondes, que trafegam com velocidade média de 12 km/h. Através do decreto 5.966 de 8 de maio foi permitida o uso da tração a vapor, com o emprego do Perkins Railway Engine. Em 1881 a Companhia explorava duas linhas: Tanque - Cascadura e Tanque - Porta d'Água.

Em dezembro de 1909, a Companhia Ferro Carril Jacarepaguá, que ainda operava com bondes de traça animal,  contava em perfeito estado de conservação 14 carros para passageiros, dois carros para bagagem, e um para enterro, três vagões para cargas e aterro, dois "trolys" e duas carroças, além de 144 muares. A linha só foi eletrificada no final de 1912, pela nova concessionária, a Light. Em 1910, é concluída a eletrificação da linha de bonde de Cascadura para o Centro.

Em 1921, é inaugurada a primeira linha de omnibus da Viação Suburbana, de propriedade de Mario Bianchi, ligando Madureira ao Meyer, via Penha, passando por regiões não atendidas por bondes ou trem de subúrbio. Em 1928 a firma Mario Bianchi & Comp. contava com frota de 6 omnibus e duas linhas em operação: Cascadura – Freguezia e Madureira – Irajá, concorrendo também, em determinados trechos,  com os bondes elétricos da Light.

Em setembro de 1928, é inaugurada a linha de omnibus Cascadura – Realengo. No dia 6 de dezembro de 1929, na Prefeitura, o Sr. Joseph Wesley Fich, norte americano, proprietário das terras e da firma imobiliária Recreio dos Bandeirantes, que iniciava o processo de loteamento do bairro,  assina o termo de obrigação para estabelecer uma linha regular de omnibus automóveis entre o Palácio Monroe e o Recreio dos Bandeirantes, com o seguinte itinerário: Palácio Monroe, rua Evaristo da Veiga, rua do Riachuelo, rua Sant´Anna, rua Senador Euzebio, rua Mariz e Barros, rua São Francisco Xavier, rua 24 de Maio, passando em Engenho Novo, Engenho de Dentro, Cascadura, Campinho, Taquara, Vargem Grande, e Pontal de Sernambetiba, no Recreio dos Bandeirantes.  A linha, com viagens esporádicas ao empreendimento, teve vida curta, mas foi o serviço pioneiro da ligação Cascadura-Recreio. 

Em 1929, a Viação Vera Cruz inaugura as linhas Cascadura-Marechal Hermes e Cascadura-Bangu.



Viaduto de Cascadura em 1930
Coleção Museu Aeroespacial


Em 1931, é inaugurado o viaduto de Cascadura, erradicando a antiga passagem em nível da Avenida Suburbana, antiga Estrada de Santa Cruz, o principal eixo rodoviário dos subúrbios.


Março de 1931


Em 17 de agosto de 1931, a Prefeitura do Distrito Federal autoriza a operação das linhas de auto-omnibus Realengo-Largo do Mendanha, via Bangu, e Estação de Cascadura – Largo da Barra da Tijuca, via estradas da Freguesia e da Barra. 

Em 25 de junho de 1933 a Viação Primavera inaugura a linha Cascadura – Sáenz Peña, via Avenida Suburbana, Meyer e Boulevard 28 de Setembro. Em 1937 a Viação Cruz de Malta explorava três linhas de ônibus entre Cascadura e a Praça Sáenz Peña, com itinerários diferentes.

Em 2 de abril de 1941 a Viação Santa Helena inaugura a linha Cascadura-Meyer. Em meados de 1940, a Viação Tupi prolonga a linha Cascadura-Marechal Hermes até a Vila Militar. Em 1948 a Viação Universal inaugura as Linhas 74 (Lapa-Cascadura), via Meyer e Praça Sáenz Peña, e S-15 (Cascadura-Freguesia). 

Enfim, em poucos anos o bairro também se transforma em importante centro de conexão de linhas de ônibus, com rotas para praticamente todos os subúrbios.

Em março de 1950, o bairro era servido por duas linhas de ônibus para o Centro:

74 - Cascadura - Lapa, Viação Universal
93 - Cascadura - Candelária, Expresso Ultramar 

Complementando o serviço de ônibus, junto com o explosivo crescimento populacional da Cidade, na década de 1950 é inaugurada uma série de linhas de lotações, a partir de Cascadura, para Deodoro, Meyer, Penha, Vigário Geral, Freguesia (Viação Taquara), Fundação Casa Popular, Bangu, Praça Mauá, Andaraí, Praça XV, Irajá, Largo do Anil,  e Granja Paraíso.


Lotaação na rua Carolina Machado em junho de 1963
Foto Arquivo Nacional. Fundo Correio da Manhã

Correio da Manhã, 05/11/1964


Em 30 de setembro de 1965, com a presença do governador Carlos Lacerda, é inaugurada a linha de ônibus 261 (Madureira – Praça 15) da CTC, via Avenida Suburbana, substituindo a antiga linha de bonde Cascadura, que na verdade tinha ponto final em Madureira. Em 1966 circula o último bonde entre Cascadura e Jacarepaguá.

Com a nova numeração das linhas de ônibus, implantada entre 1963 e 1964, as linhas de ônibus auxiliares da Zona Norte,  com ponto final em Cascadura ganham as dezenas entre 710 e 740:

712 - Cascadura - Irajá
714 - Cascadura - Colégio
717 - Cascadura - Taquara
721 - Cascadura - Vila Cruzeiro
723 - Cascadura - Guadalupe
725 - Cascadura - Vila Pompéia
728 - Cascadura - Freguesia
728 - Cascadura - Acari
730 - Cascadura - Freguesia
732 - Cascadura - Pavuna
734 - Cascadura - Gardênia Azul
736 - Cascadura - Curicica
742 - Cascadura - Barata
744 - Cascadura - Jardim Novo
745 - Cascadura - Bangu
746 - Cascadura - Senador Camará
747 - Cascadura - Vargem Grande
748 - Cascadura - Barra da Tijuca
749 - Cascadura - Recreio dos Bandeirantes

Em setembro de 1965, é inaugurada a estação rodoviária de Cascadura, localizada na Praça Nossa Senhora do Amparo, com os pontos finais das seguintes linhas de ônibus:

257 - Cascadura - Praça Mauá, Livre
258 - Cascadura- Lapa, Arcoense
667 - Cascadura- Meyer, Estrela de Ouro
748 - Cascadura- Barra da Tijuca, Cisiotar
734 - Cascadura- Gardênia Azul, Cisiotar
747 - Cascadura- Vargem Grande, Unidos Oswaldo Cruz
749 - Cascadura-Recreio dos Bandeirantes, Unidos Oswaldo Cruz
723 - Cascadura- Guadalupe, Castelmeier
745 - Cascadura- Bangu, Princeza 
736 - Cascadura- Curicica, Ocidental
730 - Cascadura- Freguesia                                         
744 - Cascadura- Jardim Novo, Bangu 
717 - Cascadura- Taquara, Ocidental
Cascadura – Nilópolis                              
Cascadura – Nova Iguaçu                           


Praça José de Sousa Marques em janeiro de 1972 
Foto Arquivo Nacional. Fundo Correio da Manhã


Em 24 de outubro de 2005, início da integração tarifária do trem de subúrbio com 115 linhas de ônibus convencionais, nas estações do Meyer, Madureira e Cascadura. O sistema de integração trem-ônibus, que até então contava com 57 linhas integradas, transportando cerca de 20 mil passageiros/dia, passa a contar com 172 linhas integradas com bilhetagem eletrônica temporal, através do Cartão de Integração.

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