Detro planeja reduzir em 50% parada de ônibus no Mocanguê

24/10/2015 - O Globo

Medida começa a valer a partir de 15 de novembro
  
POR RENAN ALMEIDA

Segundo o Detro, 159 linhas param no ponto do Mocanguê - Hermes de Paula / Agência O Globo

NITERÓI — As extensas filas de ônibus que se formam no ponto da Ilha de Mocanguê, mesmo em dias e horários de trânsito livre na Ponte Rio-Niterói, serão reduzidas em breve. O Departamento de Transportes Rodoviários (Detro) planeja cortar o acesso de até 50% dos ônibus de algumas linhas hoje autorizadas a parar no local. A medida será posta em prática a partir do dia 15 de novembro. A solução é simples: eliminar a parada dos ônibus que encostam com mais frequência na base militar. Os veículos autorizados a continuar parando ali passarão a circular com um adesivo escrito “Mocanguê” no para-brisa.

Desde ontem, técnicos da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros (Fetranspor) e do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj) realizam estudos para decidir a quantidade de veículos que percorrerão a via de forma expressa. A única parada de ônibus em cima da Ponte é utilizada por 159 linhas, segundo o Detro. O resultado é que a qualquer hora do dia podem ocorrer filas, mas, nos horários de maior movimento, o engarrafamento é certo nas pistas à direita. Na última terça-feira, às 20h, na parada em direção a Niterói, o comboio se estendia da metade da descida do vão central até Mocanguê, e os ônibus perdiam cerca de seis minutos para encostar no recuo. Nas demais faixas, os automóveis cortavam o trecho em poucos segundos.

RISCO POTENCIAL DE ACIDENTES

A proposta da redução partiu da Polícia Rodoviária Federal e da concessionária EcoPonte, e foi levada ao Detro, responsável por fiscalizar os transportes intermunicipais. Chefe da delegacia da PRF na Ponte, o delegado Daniel Cerqueira avalia que, além de diminuir o tempo de travessia, a medida é importante para garantir mais segurança.

— Quando a fila de ônibus interrompe o fluxo na pista da direita, os motoristas que trafegam por ela mudam de faixa de rolamento. É um movimento que, sem dúvida, aumenta o risco de um acidente, porque, às vezes, a troca é feita de maneira brusca — observa.

As retenções no local são rotineiras a ponto de empresas de ônibus deslocarem fiscais para trabalhar no ponto de Mocanguê. Projetado para atender à base naval, o ponto acabou se transformando numa espécie de estação de transferência. Local de baldeação estratégico para quem deixa o Rio, ele é seguro e conta com fartura ímpar de linhas. O movimento aumentou ainda mais, avalia a Ecoponte, desde a implantação do Bilhete Único.

A Polícia Rodoviária Federal sugeriu um plano para reduzir a quantidade de linhas de ônibus que param no Mocanguê - Hermes de Paula / Agência O Globo

BALDEAÇÃO COM AGILIDADE

A assistente administrativa Patrícia Cardoso é uma das que aproveitam a vantagem do cartão. Na Ponte, ela encontra mais opções para São Gonçalo do que no ponto próximo a seu trabalho, na Zona Portuária do Rio. A lentidão da fila de ônibus em Mocanguê é o que menos importa para ela.

— Se diminuírem as linhas, corremos o risco de os ônibus ficarem muito cheios. Não acho uma boa mudança. Aqui é ótimo, seguro, e temos mais opções — afirma.

O gerente comercial Henrique Oliveira chegou de carona a Mocanguê, onde embarcaria no ônibus para casa. Usuário há 38 anos do transporte público, revela que a baldeação é eficaz.

— Anos de experiência e espera em pontos de ônibus me ensinaram que é sempre melhor pegar uma condução que leve para um ponto mais à frente, com mais opções, do que ficar esperando por uma linha direta — explica um bem-humorado Oliveira.

A Fetranspor e o Setrerj ainda não sabem a data em que a mudança será anunciada. Quando o estudo for concluído, serão feitas panfletagens e comunicação nos ônibus e em painéis eletrônicos para alertar os usuários. O contrato de concessão também prevê a ampliação do recuo para aumentar de duas para quatro as vagas para ônibus na Ilha de Mocanguê. A obra está prevista para 2017 e incluirá ainda uma faixa de rolamento, informa Julio Amorin, gerente de atendimento ao usuário da Ecoponte:

— Isso permitirá a ultrapassagem quando não for preciso parar.

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