14/05/2015 - O Globo
Modal mais barato que o metrô e com construção mais veloz, o BRT vai integrar a Região Metropolitana do Rio. Pelo menos esse é o plano do secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio. O projeto — otimista, segundo ele mesmo — é fazer quatro corredores na Baixada (na Via Light, na Rodovia Presidente Dutra, na Rodovia Washington Luís e na futura Transbaixada) e dois no Leste Fluminense (no trajeto que antes seria da Linha 3 do metrô e na RJ-104, a Niterói-Manilha).
O projeto está em estudo e faz parte do Plano Diretor de Transporte Urbano do estado, que será apresentado, nesta quinta-feira, aos secretários dos municípios da Região Metropolitana. Nesta quarta, Osorio falou sobre ele no seminário "Rio Metropolitano: desafios compartilhados", em Nova Iguaçu, na Baixada.
— O objetivo é que o estado faça o papel de integrar os municípios. Na Baixada, a espinha dorsal do sistema de transporte é o trem. Estamos investindo em composições novas e na renovação da via férrea. Os BRTs vão complementar a rede — explicou o secretário.
No evento, a diretora de Mobilidade Urbana da Fetranspor, Richele Cabral, disse que o projeto da federação incluiu BRTs na Ponte Rio-Niterói, no Arco Metropolitano, na Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106) e na BR-101:
— Um ônibus articulado tira três normais de circulação.
Os palestrantes lembraram que é preciso parar de priorizar o transporte individual.
— Houve aumento de 20% na taxa de motorização em cinco anos. Isso afeta o meio ambiente e a saúde pública. É preciso investir em transporte público, e isso não pode virar somente uma questão política — afirmou Clarisse Linke, diretora do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento.
Para o especialista em Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan, Riley Rodrigues, a solução para a mobilidade urbana vai muito além:
— Ela passa pelo reordenamento da Região Metropolitana, com melhor distribuição de funções urbanas, como emprego, saúde, educação, entre outras.
Contratos seriam alongados em troca de obras
Para driblar a crise financeira que assola o país, o governo do estado propôs ao federal que as concessionárias responsáveis pela Rodovia Presidente Dutra, pela Rodovia Washington Luís e pela BR-101 invistam seus próprios recursos em obras de melhoria das vias. Em contrapartida, os contratos de concessão seriam prolongados. A proposta ainda não recebeu aval da União.
— Estamos pleiteando obras no valor de R$ 3 bilhões. Como o governo federal está sem recursos para fazer esses investimentos agora, é uma forma de não ficar parado. Os projetos executivos estão prontos. Se recebermos o aval, em menos de um mês podemos começar os trabalhos — afirmou Osorio.
De acordo com o secretário, esses projetos incluem alargamento de pistas, construção de acessos aos municípios que ficam na beira dessas vias e novas passarelas.
Outra proposta, que não depende do governo federal por se tratar de um trecho estadual, é levar a Via Light até a Avenida Brasil. Dessa forma, o BRT poderá se conectar com corredor Transbrasil. Osorio não deu prazo para a realização da obra.
Fique por dentro
Próximos encontros - O terceiro seminário do ciclo "Rio Metropolitano: Desafios Compartilhados" terá a Segurança Pública como tema. Ele será realizado na próxima quarta, em Niterói. No dia 28 de maio, o encontro debaterá a Saúde, em São Gonçalo. Para fechar, haverá uma reunião no dia 1º de junho, no auditório da Firjan, no Centro do Rio.
Transmissão - Os encontros serão transmitidos pelo site Vozerio, no endereço vozerio.org.br.
Projeto - A iniciativa é da Câmara Metropolitana de Integração Governamental e do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), com apoio da Firjan e do EXTRA.
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