Pedestres reclamam do tempo de travessia no BRT Transcarioca

30/09/2014 - Extra - RJ

A rotineira atividade de atravessar a rua tornou-se um desafio para Zenir Rosa, de 79 anos. Desde que o corredor BRT Transcarioca foi instalado à porta de sua casa, em Vicente Carvalho, a aposentada tem dificuldades para chegar ao outro lado da rua no espaço de tempo previsto pelo sinal de pedestres. A reclamação não é isolada. Idosos ouvidos em faixas de travessia às margens da Avenida Vicente de Carvalho, na Vila Kosmos e na Penha Circular também reclamam da rapidez com que o semáforo muda do verde para o vermelho.

Zenir tem que correr para conseguir cruzar as oito faixas da Transcarioca em Vicente de Carvalho Zenir tem que correr para conseguir cruzar as oito faixas da Transcarioca em Vicente de Carvalho Foto: Fabiano Rocha / Extra

— A luz começa a piscar quando estou no meio da pista. Como não posso correr, eu me desespero — diz Zenir.

No ponto em que a aposentada atravessa, é preciso vencer oito faixas para chegar à outra margem. No meio, fica a estação do BRT e, de cada lado, há duas faixas de ônibus e outras duas de carros. A CET-Rio informou que o sinal tem duração de 16 segundos e que a travessia deve ser feita em duas etapas. Mas o tempo não é suficiente para alguns.

— Acho que meu passo é curtinho, porque eu sempre preciso correr. Também é um problema para os cadeirantes — diz Gleise Maria dos Santos, de 70 anos, de Vila Kosmos.

Perto de escola municipal, tempo curto de travessia e canteiro estreito colocam pedestres em risco na Avenida Vicente de Cravalho Perto de escola municipal, tempo curto de travessia e canteiro estreito colocam pedestres em risco na Avenida Vicente de Cravalho Foto: Fabiano Rocha / Extra

Na Vila da Penha, quem sofre com isso são os alunos da Escola Municipal Miguel Ângelo. As crianças conseguem atravessar a primeira etapa no tempo previsto, mas precisam se amontoar no canteiro central, que mede não mais que um metro de largura, para esperar o sinal abrir novamente.

— É um perigo. Qualquer dia, um deles vai ser atropelado — diz a costureira Helenice Aragão, de 54 anos, que registrou a cena de sua janela e enviou ao WhatsApp do EXTRA.

A CET-Rio informou que o tempo de travessia é monitorado diariamente e, de acordo com as necessidades, ajustado pelo Centro de Operações Rio. No entanto, o ajuste não é feito na duração da travessia dos pedestres, mas no tempo que fica verde para os carros, reduzindo a demora entre um fechamento e outro.

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