Obra do BRT Transolímpica na Taquara obriga moradores a fazer desvio de 2,5km

15/09/2014 - Extra - RJ


Morar na Estrada do Outeiro Santo, na Taquara, Zona Oeste do Rio, se tornou um tormento desde o último dia 30 de julho, quando a via foi interditada para a construção do BRT Transolímpica, que promete ligar a Barra da Tijuca a Deodoro, para a realização das Olimpíadas de 2016. Desde então, os moradores da região precisam fazer um desvio de 2,5km pela rua Ipadu para se deslocar entre o trecho do Largo do Remi e a Estrada da Ligação.

No intuito de minimizar os transtornos causados pelo bloqueio, a Prefeitura do Rio criou um serviço gratuito de van para quem mora nas imediações, só que a medida não resolveu o problema. A principal reclamação de quem usa o transporte, além da demora, é o horário de funcionamento: todos os dias, das 6h às 22h.

— Se você chega tarde, a única opção é ir andando por outro caminho, que é bem longo. O certo seria colocarem uma passarela no trecho da obra para facilitar o acesso dos moradores ou, então, um serviço de van funcionando 24 horas — contou a estudante Fernanda Mattos, de 18 anos, que mora no local.

Moradores da Taquara, Fernanda Mattos e Lucas Brito, sofrem com a interdição da estrada Outeiro Santo Moradores da Taquara, Fernanda Mattos e Lucas Brito, sofrem com a interdição da estrada Outeiro Santo Foto: Bruno Dias Barbosa

Namorado e vizinho de Fernanda, o estudante Lucas Brito, de 20 anos, acredita que a alternativa oferecida não é suficiente:

— Você fica muito tempo esperando a van da prefeitura, tinha que ter uma frequência maior. A interdição da Outeiro Santo também deixou o trânsito da região caótico.

No ponto da van, o descontentamento com a situação era visível no rosto dos moradores. A estudante Rejane Moura, de 20 anos, afirma que viver no local se tornou uma tarefa difícil nas últimas semanas:

— A vida complicou muito. Meus pais saem para trabalhar muito cedo, então eles não têm a opção da van. O trajeto que eles faziam andando demorava sete minutos pela (Rua) Outeiro Santo. Pelo outro caminho, leva mais de 30. Sem falar que aqui de noite é bem deserto.

A prefeitura informou que a instalação de uma passarela provisória no trecho interditado é inviável e que a Secretaria de Obras estuda ampliar o horário de atendimentos das vans disponibilizadas para o deslocamento dos moradores da região. 

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