Dilma faz viagem inaugural do BRT Transcarioca

Apesar da promessa da prefeitura de que todas as obras estariam prontas na manhã deste domingo, trechos ainda estão inacabados

POR ALEXANDRE RODRIGUES / CAROLINA CALLEGARI / LUIZ ERNESTO MAGALHÃES

01/06/2014 - Globo

Presidente Dilma Rousseff toca pandeiro, ao lado   do prefeito Eduardo Paes e do governador Pezão, na inauguração do BRT Foto: Gustavo Miranda / O Globo
Presidente Dilma Rousseff toca pandeiro, ao lado do prefeito Eduardo Paes e do governador Pezão, na inauguração do BRT - Gustavo Miranda / O Globo

RIO - Sob forte esquema de segurança, a presidente Dilma Rousseff seguiu do Aeroporto Antônio Carlos Jobim para a ponte estaiada a bordo do BRT Transcarioca. No local, a bateria da escola de samba União da Ilha do Governador recebeu a presidente ao lado de outros componentes da agremiação. Ao lado do ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, ela inaugurou uma placa comemorativa da expansão do terminal 2, apesar de o espaço ter sido aberto aos usuários em janeiro. A cerimônia de cerca de dez minutos começou pouco antes das 9h e também teve a presença do prefeito Eduardo Paes, do governador Luiz Fernando Pezão e do ex-governador Sérgio Cabral. No entanto, a entrada de repórteres não foi permitida, apenas as de fotógrafos e cinegrafistas. A presidente caminhou rapidamente pelas novas instalações e seguiu para a estação de embarque do corredor de ônibus BRT Transcarioca para seguir viagem.

A área visitada por Dilma no aeroporto, o setor de desembarque internacional do terminal 2, ainda tem tapumes. É apenas uma parte da reforma de R$ 355 milhões do terminal, iniciada em 2008. Além dessa área, apenas a obra de recuperação das pistas ficou pronta a tempo para a Copa. Os tapumes, decorados com fotos do Rio, esconderam as escadas rolantes paradas que dão acesso ao piso inferior, o do desembarque, ainda inacabado. Também não foram concluídas as obras do terminal 1, entregues apenas no setor A, por causa de uma sucessões de atrasos.

O BRT Transcarioca, com viagem inaugural feita por Dilma, tampouco foi finalizado como a prefeitura esperava. Apesar da promessa de que todas as obras estariam prontas na manhã deste domingo, o terminal da Ilha do Fundão ainda não contava com os vidros instalados. Já no Complexo da Maré e na Avenida dos Campeões, em Olaria, era possível ver restos de entulho.


Na sexta-feira, a Secretaria de Obras havia anunciado um aviso de licitação para a construção de uma passarela de pedestres que atenderá a duas estações em Jacarepaguá: Santa Efigênia e Merck. A concorrência está marcada para daqui a 30 dias, e a obras deverão levar pelo menos seis meses. A estação não estava prevista no projeto original. A iniciativa de executar a obra partiu do subprefeito da Barra, Alex Costa, a partir de uma reunião feita há duas semanas com moradores da região:

— Só no Conjunto Merc são três mil moradores. Temos um esquema de operação de trânsito bom na área, mas devido à densidade populacional, decidimos atender ao pedido.

Segundo o subprefeito, todos os cruzamentos entre a Barra e o Tanque terão agentes de trânsito nesta segunda-feira, quando o BRT Transcarioca começa a operar entre as estações da Alvorada e do Tanque das 10 às 15h — fora do horário do rush - para prevenir acidentes.


Durante a passagem de Dilma Rousself, agentes da Ordem Pública escoltavam pequeno grupo na Ilha do Governador - Fabio Rossi / Agência O Globo
Alex Costa ainda acrescentou que os pardais do BRT já estão ligados. Portanto, quem invadir a canaleta exclusiva será multado com infração considerada grave. Ao longo de 39 quilômetros há um pardal por quilômetro em cada sentido.

Apesar da presidência da República ter afirmado que a presidente Dilma Rousseff faria a viagem entre as estações do Tanque a Madureira pelo BRT Transcarioca, nenhum esquema de policiamento especial foi montado pela Polícia Militar e pelo Exército. Somente algumas estações contavam com soldados do Exército. Nenhum manifestante foi visto até o momento.

Durante a viagem, Dilma e o prefeito Eduardo Paes aproveitaram para assinar um contrato de financiamento de R$ 3,017 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras de infraestrutura no Rio. O valor será utilizado em projetos que fazem parte do legado das Olimpíadas de 2016, que inclui a licitação do Lote Zero, que ligará o BRT Transoeste (entre a Barra da Tijuca e Santa Cruz-Campo Grande) com a futura Linha 4 do Metrô, nas estações do Jardim Oceânico e Alvorada. Também estão previstos neste projeto a duplicação do Elevado do Joá, a implantação do BRT Transolímpica (Deodoro-Barra da Tijuca) e a ligação de BRTs como o da Transolímpica e o da TransBrasil. O dinheiro também será usado para as construções de uma ciclovia na Avenida Niemeyer, de um túnel da via expressa, ligando a Avenida Rodrigues Alves à Praça Quinze, no Centro, e à urbanização dos acessos de todo Parque Olímpico da Barra e do Engenhão. No caso da Barra, o dinheiro será usado para ampliar parte das Avenida Abelardo Bueno e parte da Salvador Allende. Serão implantadas ainda pistas laterais, de forma que cada faixa fique com cinco vias em cada sentido. O BNDES entrará com R$ 2,715 bilhões, e o municípío, em contrapartida, vai investir R$ 301,71 milhões no planejamento. O empréstimo tem prazo de pagamento de 15 anos.

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