27/02/14 - O Globo
Avenida das Américas ficou fechada nos dois sentidos e só foi liberada por volta do 12h
Rio Ônibus responsabiliza motoristas de vans por protesto no BRT
PEDRO MANSUR
ALYNE BITTENCOURT
BRUNO AMORIM
LUIZ ERNESTO MAGALHÃES
Manifestação paralisa o BRT Transoeste / Genilson Araújo / O Globo
RIO - Uma manifestação paralisou por cerca de 4 horas a circulação do BRT Transoeste e afetou 60 mil pessoas. A circulação do sistema, que estava paralisada desde as 7h40m, só começou após a liberação da via. Ao todo, novo estações ficaram fechadas. De acordo com informações do consórcio que administra o sistema, nenhuma estação foi danificada no protesto, e não há informações sobre depredações a ônibus. Ainda não há previsão para a completa normalização do sistema, já que muitos coletivos estão retidos no engarrafamento na região.
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Durante o ato, os dois sentidos da Avenida das Américas, na altura da estação Mato Alto, em Guaratiba, foi fechado. A via só foi liberada por volta do 12h, depois que alguns dos manifestantes atearam fogo no mato que fica ao lado da estação. Enquanto o fogo se alastrava pela vegetação seca, os policiais foram em direção aos manifestantes cobrar a liberação da via. Como não houve acordo, eles jogaram duas bombas de gás lacrimogêneo. Começou um intenso tumulto e a pista foi rapidamente liberada. O clima, no entanto, ainda é tenso no local.
O grupo protestava contra a superlotação do sistema, assim como os atrasos. Eles ocuparam a estação e as duas pistas da Avenida das Américas. A Rio Ônibus atribuiu a manifestação a um movimento iniciado por motoristas e cobradores de vans. De acordo com a Rio Ônibus eles estariam insatisfeitos por terem sido proibidos de circular pela Avenida das Américas após a implantação do BRT.
Centenas de ônibus e carros ficaram parados na pista, e o engarrafamento foi grande. Os manifestantes queriam que o secretário municipal de transportes, Carlos Roberto Osorio, fosse até o local. A secretaria ofereceu ônibus para levar os manifestantes até o encontro do secretário, mas eles queriam que Osorio se deslocasse até a estação. Entre as queixas dos manifestantes estavam a falta de ar-condicionado nos ônibus, que de acordo com eles estão sempre lotados e atrasados. Ainda de acordo com o grupo, os fiscais do BRT esperam os ônibus lotarem antes de liberar a viagem. Alguns reclamavam que muitos fiscais chegam a empurar os passageiros para dentro dos coletivos. Eles reclamavam ainda que a falta de vans na região deixa os moradores reféns do BRT.
O jardineiro Antônio Marques, que participa do protesto, disse que a revolta é pela falta de ônibus:
- Para tentar entrar no BRT todos são pisoteados. O povo não quer terrorismo, quer melhoria.
O pedreiro José Marcos dos Santos abandonou o carro devido ao forte calor. Ele estava esperando há mais de duas horas a normalização do funcionamento da estação do BRT. Apesar disso, ele concorda com as reivindicações:
- O povo precisa de melhorias.
Já a doméstica Teresa de Jesus, de 70 anos, está desde as 6h na estação, mas não participou do protesto:
- Era para eu pegar no meu serviço 8h. Já liguei para dizer que eu não vou conseguir chegar, mas a minha patroa disse que se eu não for, ela não vai me pagar. Concordo com o protesto, pois não é conforto. Isso está pior do que trem da Central, é uma lata de sardinha. Não tem lugar para sentar e ir em pé não é fácil.
No Twitter, usuários que estão na estação criticam:
"O gigante acordou na estaçao Mato Alto, Pedra de Guaratiba. Nada passa!", disse Léo Ferreira (@LeoCFerreira), de 25 anos, que pegou o BRT às 6h40m em Santa Cruz para ir até o Terminal Alvorada, onde só chegou às 9h. Segundo o estudante, o protesto era contra a superlotação dos coletivos do sistema.
- As pessoas protestavam contra os ônibus superlotados, onde ninguém conseguia andar. O meu também estava muito cheio e sem ar-condicionado. É sempre assim, o ar-condicionado não dá conta e estão sempre superlotados. Não acho o BRT um bom serviço - reclamou.
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Segundo a rádio CBN, cerca de 70 coletivos do BRT estavam parados no local. Apenas dois trechos do sistema estavam operando durante a manifestação: entre Santa Cruz e Campo Grande, pela Av. Cesário de Melo, e na Avenida das Américas, entre o Terminal Alvorada e o Pontal, no final do Recreio dos Bandeirantes. Cerca de 50 policiais do 27º Batalhão de Polícia Militar (Santa Cruz) foram ao local para acompanhar o protesto.
Os motoristas que passavam pela via eram sendo direcionados para a Estrada da Matriz, que já estava engarrafada e não era um desvio, mas um retorno
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