Viação Translitorânea deixa de operar nesta quinta por falta de recursos para combustível e salários

19/12/2013 - O Globo

Rio Ônibus informou que consórcios Intersul e Transcarioca estão suprindo a ausência

RIO - Funcionários da Viação Translitorânea encontraram as portas da empresa fechadas na manhã desta quinta-feira. Não foi permitida a saída de nenhum ônibus da garagem na Rua Bergamo, em Triagem, na Zona Norte do Rio. Empregados ficaram de plantão na porta do estabelecimento. Segundo o dono da Viação, Álvaro Lopes, a empresa está sem dinheiro para pagar seus funcionários. Os carros não saíram da garagem nesta quinta-feira por falta de recursos para colocar diesel. Ela é responsável pelas linhas 158, 176, 186, 308, 314, 315, 523 e 524.

Em nota, a Rio Ônibus informou que os consórcios Intersul e Transcarioca estão operando de forma conjunta nesta manhã para suprir a ausência dos ônibus da Translitorânea. Segundo informe, "foi feito um reforço nas linhas operadas pela empresa, de modo a não afetar a população. Os intervalos de saídas dos ônibus estão sendo regularizados, a fim de não reduzir a oferta de lugares aos passageiros."
De acordo com os empregados, o problema vem acontecendo desde o início do ano, quando surgiram informações sobre uma crise na Translitorânea. Mesmo assim, eles foram informados que o problema seria solucionado, e a empresa continuaria aberta.

- Eles informaram que as coisas iam melhorar. E agora acontece isso às vésperas do Natal - desabafou a cobradora Monica Messias.
Os funcionários reclamam que, desde setembro, o pagamento referente às férias não vem sendo efetuado. O salário de novembro dos cobradores também não foi depositado, e o 13º já está atrasado.

- Há famílias aqui que estão sendo expulsas da casa onde moram pois não têm dinheiro para pagar aluguel. Estamos desesperados - contou o cobrador Paulo Fernando.

Nas últimas semanas, além dos salários atrasados, os funcionários também precisavam utilizar o dinheiro recebido das passagens para abastecer os veículos. Segundo informações dos motoristas, o dono da empresa pediu que o dinheiro que fosse sendo arrecadado fosse utilizado para abastecer o carro em postos de gasolina. Com isso, a diária dos empregados não foi paga.

De acordo com o dono da empresa, Alvaro Lopes, 100% do valor arrecadado com os vale-transportes está sendo retido pela Justiça. Assim, a verba - que é a maioria no pagamento das passagens - não pode ser utilizada para pagamento das obrigações da empresa.

Ao todo, cerca de 600 funcionários estão sem saber seu destino neste fim de ano. Eles organizam um protesto na porta da Prefeitura, ainda nesta quinta-feira, e se movimentam para uma greve de rodoviários. Cerca de 200 carros ficaram parados nesta quinta.

Em julho deste ano, a Secretaria municipal de Transportes cassou seis linhas da Translitorânea que ligavam Rocinha e Vidigal à Zona Sul, redistribuindo o serviço para outras empresas do mesmo consórcio Intersul. Em agosto passado, funcionários da mesma Translitorânea já tinham cruzado os braços, alegando que os salários estavam atrasados.

http://oglobo.globo.com/rio/viacao-t...arios-11111502

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