2 - Praça Mauá - Forte de Copacabana
Em 16 de abril de 1913, a Empreza Auto-Avenida inaugurou a primeira linha de auto-omnibus para o promissor bairro de Copacabana, com ponto final na Igrejinha (atual Forte de Copacabana).
Tinha o seguinte itinerário: Praça Mauá, Avenida Rio Branco, Avenida Beira Mar, rua General Severiano, rua Barão do Rio Bonito, rua da Passagem, Túnel Novo, rua Salvador Corrêa, rua Buarque, rua Barata Ribeiro, Avenida Nossa Senhora de Copacabana e Igrejinha. A linha circulava das 8 da manhã até às 8 da noite, com intervalos de 30 minutos. A passagem inteira custava 600 réis, com seções no Largo da Glória, na Estátua do almirante Tamandaré e no Túnel Novo. Uma seção custava 200 réis, duas seções 300 réis, e 3 seções 400 réis. O tempo de viagem era de 40 minutos.
A linha foi suspensa em dezembro de 1915, em função da falência da empresa, que não resistiu ao vertiginoso aumento do preço da gasolina importada, provocado pela guerra na Europa. A cidade ficou dois anos sem o serviço de auto-omnibus.
Em 1922, a Auto-Omnibus inaugurou a linha Praça Mauá - Coutry Club com o seguinte itinerário: Praça Mauá, Rio Branco, Visconde de Inhaúma, Uruguayana, Largo da Carioca, Barão de São Gonçalo, Beira Mar, Praia do Flamengo, Oswaldo Cruz, Praia de Botafogo, Praia da Saudade, rua Barão do Rio Bonito, Passagem, Túnel Novo, Salvador Corrêa (atual Princesa Isabel), Atlântica, Francisco Otaviano e Vieira Souto até o ponto final no Country Club. Com passagem direta de 1$000 réis e 4 secções de 200 réis cada:
1ª Praça Mauá – Hotel Central (rua Barão do Flamengo)
2ª Hotel Central – Pavilhão Mourisco
3ª Pavilhão Mourisco – Salvador Corrêa (atual Princesa Isabel)
4ª Salvador Corrêa – Country Club
Linha Praça Mauá - Country Club com jardineira de dois pisos. O Paiz, 07/09/1922
O Paiz, 07/09/1922
Centro de Documentação e Memória Eurico Divon Galhardi
Em dezembro de 1922, a linha Praça Mauá - Country Club, com intervalos de 20 minutos, era um sucesso, com ônibus lotados e até com pingentes nos horários de maior movimento. Os passageiros da Avenida Rio Branco caminhavam até a Praça Mauá para garantir o seu lugar, de onde os veículos já partiam lotados. Além dos moradores da zona sul, a linha era disputada por turistas em função do percurso à beira mar.
Em 1926, a Auto Omnibus passou a ser controlada pelo Grupo Light, iniciando o processo de encampação finalizado em 1933.
Em 25 de julho de 1926, a Auto-Omnibus e a Viação Excelsior, inauguram a linha Praça Mauá - Forte de Copacabana, com passagem de 1$200 réis para qualquer trecho. O bairro de Copacabana passou a ser servido por 5 linhas de omnibus.
Segundo o jornal da Light, a Viação Excelsior implantou várias inovações no serviço de ônibus, entre elas a instalação de caixas coletoras para o recebimento de passagens, criou a função de trocador, fixou horários de partidas fixos independentes do número de passageiros, além da instalação de cigarras para o aviso de paradas.
O Paiz, 24/07/1926
Lotações na pista
As primeiras linhas de auto-lotação surgiram na década de 1920, por iniciativa de motoristas de táxis, prejudicados pela concorrência das novas linhas de ônibus. A primeira linha regular que se tem notícia, foi inaugurada em 17 de novembro de 1927, funcionando a título precário entre a Praça Mauá e a Egrejinha, atual Posto 6 de Copacabana, cobrando 1$500 por passageiro em carros de 5 passageiros.
Acompanhando o vertiginoso crescimento do bairro de Copacabana, cujos bondes já não davam conta nos horários de maior movimento, foram criadas novas linhas de ônibus.
Em julho de 1928 a Auto Omnibus inaugurou a linha Praça Mauá – Igrejinha, com o seguinte itinerário: Praça Mauá, Rio Branco, Beira Mar, Praia do Flamengo, Oswaldo Cruz, Praia de Botafogo, rua Emilio Berla, Túnel Novo, Salvador Corrêa (atual Princesa Isabel), Atlântica, até o Forte de Copacabana. Com tarifa direta de 1$200 réis.
Em primeiro de agosto de 1931, a Viação Excelsior inaugurou a linha Praça Mauá - Copacabana, via rua Xavier da Silveira.
Em 1937, a Limousine Federal inaugurou a linha 3 (Mauá - Ipanema), concorrendo com a Viação Excelsior.
Em 1938, seguindo novo plano de transportes, a linha Mauá - Copacabana foi numerada recendo a vista 2 (Mauá - Forte de Copacabana).
Em 1941, em função de novo plano de circulação que proibiu a circulação de ônibus na Avenida Rio Branco, a linha 2 foi encurtada até o Castelo. Só permaneceu em operação na Rio Branco a linha Mauá - Monroe. Os passageiros com destino à Praça Mauá eram obrigados a tomar duas conduções.
Tarifa em setembro de 1942
Castelo - Mourisco, $600
Castelo - Copacabana, 1$000
Itinerário da linha 2 (Castelo - Forte de Copacabana) em 1944: Avenida Almirante Barroso, Avenida Rio Branco, Avenida Beira Mar, Avenida Oswaldo Cruz, Praia de Botafogo, Avenida Pasteur, Avenida Venceslau Braz, rua Honório Lemos (atual Avenida Lauro Sodré), Túnel Coelho Cintra, Avenida Princesa Isabel, rua Barata Ribeiro, rua Miguel Lemos, Avenida Atlântica e praça Coronel Eugênio Franco (Forte de Copacabana).
Por volta de 1945, foram inauguradas as linhas de auto-lotação Praça Mauá - Copacabana e Praça Mauá - Leblon diminuindo o isolamento da Praça Mauá.
Tarifa da linha 2 (Castelo - Copacabana) em julho de 1946:
Castelo - Miguel Lemos, Cr$ 1,00
Castelo - Forte de Copacabana, Cr$ 1,20
Em 1948, com o fim da Viação Excelsior, a linha 2 (Castelo - Copacabana) foi substituída pela linha 56 (Castelo - Forte de Copacabana) da Viação Relâmpago. Em 1952 foi prolongada até o Leblon, sendo extinta no ano seguinte em função da dificuldade de importação de peças.
Em 1950, foi inaugurada a Estação Rodoviária Mariano Procópio, aumentando o número de passageiros com destino à Praça Mauá. Para Copacabana só havia o serviço de auto-lotações ou a caminhada até a rua Uruguaiana onde passava a linha 12 (Estrada de Ferro - Leblon).
Em 1956, concorrendo com a linha de lotação Mauá - Copacabana, a Castelo Auto Ônibus inaugurou as linhas de ônibus 221 e 222 (Praça Mauá - Copacabana), circulares abraçantes, com os seguintes itinerários:
221 (Mauá - Copacabana) via Praia do Flamengo: Praça Mauá, Rio Branco, Visconde de Inhaúma, Uruguaiana, Largo da Carioca, Bitencourt da Silva (atual acesso do Metrô), Rio Branco, Beira Mar, Praia do Flamengo, Oswaldo Cruz, Nações Unidas, Túnel dos Pasmado, Lauro Sodré, Túnel Novo, Barata Ribeiro, Djalma Ulrich, Nossa Senhora de Copacabana, Rainha Elisabeth, Raul Pompéia e Francisco Otaviano.
222 (Mauá - Copacabana) via rua do Cattete: Praça Mauá, Rio Branco, Visconde de Inhaúma, Uruguaiana, Largo da Carioca, Bitencourt da Silva (atual acesso do Metrô), Rio Branco, Beira Mar, Largo da Glória, rua do Cattete, Largo do Machado, rua das Laranjeiras, Soares Cabral, Alvaro Chaves, Pinheiro Machado, Farani, Nações Unidas, Túnel dos Pasmado, Lauro Sodré, Túnel Novo, Barata Ribeiro, Djalma Ulrich, Nossa Senhora de Copacabana, Rainha Elisabeth, Raul Pompéia e Francisco Otaviano.
Em agosto de 1957, as linhas 221 e 222 foram renumeradas para 21 e 22. No ano seguinte recebem nova vista e itinerário circular: 21 (Mauá - Leblon) via Jockey, e 22 (Mauá - Leblon) via Copacabana.
Ponto final em Copacabana na Avenida Atlântica
Micro-ônibus Magirus Deutz da Castelo Auto Ônibus
Em 1957 a Viação Mafo assumiu a linha de lotação Mauá - Copacabana, extinta no ano seguinte.
Em 1958, as linhas 221 e 222 foram renumeradas para 21 e 22. Em 1959 são prolongadas até o Leblon e em 1963 até o Santo Cristo. Em meados de 1963 foram renumeradas para 172 e 128, deixando de ser circulares.
Em 08/01/1963 as linhas 21 e 22 foram prolongadas até o Santo Cristo
Diário de Notícias, 06/01/1963
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Em abril de 1964, a CTC inaugurou a linha 123 (Candelária - Jardim de Alá), transferida em julho do mesmo ano à Castelo Auto Ônibus com a vista 123 (Praça Mauá - Jardim de Alá).
Em 1981, com o fim da Castelo Auto Ônibus, as linhas 123, 128 e 172 foram transferidas à Real Auto Ônibus.
Em setembro de 1984, com 19 carros, transportava diariamente 13 mil passageiros.
A linha 123 (Candelária - Jardim de Alá) foi extinta em 24 de outubro de 2015, na segunda etapa do plano de racionalização das linhas da Zona Sul. A Praça Mauá passou a ser atendida pela linha de ônibus circular 011 (Fátima - Rodoviária) até a inauguração do VLT, realizada no ano seguinte.
Passageiros
1938 2.210.081
1940 2.230.587
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