Auto-Omnibus Sociedade Anonyma
1922 - 1933
Histórico
Empresa de transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal, fundada em 1922 na cidade do Rio de Janeiro pela Companhia Commercial e Marítima Auto Geral, revendedora de veículos.
Inicia suas operações em junho de 1922, com uma linha de ônibus provisória para a Exposição do Centenário da Independência. Com frota de auto-omnibus Renault e Packard.
Em 2 de fevereiro de 1922, solicita autorização à Prefeitura do Distrito Federal para implantar uma linha de auto-omnibus entre a Praça Mauá e o Country Club, sendo o pedido deferido em 2 de agosto de 1922. A linha tinha o seguinte itinerário: Praça Mauá, Rio Branco, Visconde de Inhaúma, Uruguayana, Largo da Carioca, Barão de São Gonçalo, Beira Mar, Praia do Flamengo, Oswaldo Cruz, Praia de Botafogo, Praia da Saudade, rua Barão do Rio Bonito, Passagem, Túnel Novo, Salvador Corrêa (atual Princesa Isabel), Atlântica, Francisco Otaviano, Vieira Souto, com ponto final no Country Club. Com passagem direta de 1$000 réis e 4 secções de 200 réis cada:
1ª Praça Mauá – Hotel Central (rua Barão do Flamengo)
2ª Hotel Central – Pavilhão Mourisco
3ª Pavilhão Mourisco – Salvador Corrêa (atual Princesa Isabel)
4ª Salvador Corrêa – Country Club
Linha Praça Mauá - Country Club com jardineira de dois pisos. O Paiz, 07/09/1922, p.19
O Paiz, 07/09/1922, p.19
Em dezembro de 1922, a linha Praça Mauá - Country Club, com intervalos de 20 minutos, era um sucesso, com ônibus lotados e até com pingentes nos horários de maior movimento. Os passageiros da Avenida Rio Branco caminhavam até a Praça Mauá para garantir o seu lugar, de onde os veículos já partiam lotados. Além dos moradores da zona sul, a linha era disputada por turistas em função do percurso à beira mar.
Em 23 de março de 1923, uma outra empresa recebe autorização para cobrir o itinerário da linha Praça Mauá - Country Club, de propriedade do senhor Jacomo Rosario Staffa, natural da Italia, com a linha Praça Mauá - Leblon.
Em 1926, a Auto Omnibus passou a ser controlada pelo Grupo Light, iniciando o processo de encampação finalizado em 1933.
Em 25 de julho de 1926, inaugura a linha Praça Mauá – Forte de Copacabana, com passagem direta de 1$200 réis. Os carros usados eram do mesmo tipo da Viação Excelsior. O bairro de Copacabana, nessa altura, já era atendido por 3 ou 4 linhas de ônibus.
O Paiz, 24/07/1926
O Jornal, 22/04/1928
Em julho de 1928, inaugura 4 novas linhas de omnibus, com os seguintes itinerários e tarifas:
Praça Mauá – Igrejinha: Praça Mauá, Rio Branco, Beira Mar, Praia do Flamengo, Oswaldo Cruz, Praia de Botafogo, rua Emilio Berla, Túnel Novo, Salvador Corrêa (atual Princesa Isabel), Atlântica, até o Forte de Copacabana. Com tarifa direta de 1$200 réis.
Praça Mauá – Leblon: Praça Mauá, Rio Branco, Beira Mar, Praia do Flamengo, Oswaldo Cruz, Praia de Botafogo, rua Emilio Berla, Túnel Novo, Salvador Corrêa (atual Princesa Isabel), Atlântica, Rainha Elisabeth, Vieira Souto, até o Leblon. Com tarifa direta de 1$400 reais e duas secções:
1º - Praça Mauá - Avenida Rainha Elisabeth: 1$200 réis
2º - Avenida Rainha Elisabeth - Leblon: 200 réis
Palácio Monroe – Muda da Tijuca. Inaugurada em 21 de julho de 1928, com o seguinte itinerário: Palácio Monroe, Rio Branco, Visconde de Inhaúma, Marechal Floriano, Praça da República, Estrada de Ferro, Senador Euzebio, Avenida do Mangue, Lauro Muller, Praça da Bandeira, Mattoso, Haddock Lobo, Conde de Bonfim até o ponto final na Muda da Tijuca. Com tarifa direta de 1$000 réis, com duas secções:
1ª - Palácio Monroe - Praça Sáenz Peña, 800 réis
2ª - Praça Sáenz Peña - Muda da Tijuca, 200 réis
Palácio Monroe – Meyer: Estação do Meyer, rua Archias Cordeiro, Souza Barros, Silva Freire, 24 de Maio, São Francisco Xavier, Mariz e Barros, Praça da Bandeira, Lauro Muller, Mangue, Visconde de Itaúna, Estrada de Ferro, Praça da República, Marechal Floriano, Visconde de Inhaúma, Rio Branco, Palácio Monroe. Com tarifa direta de 1$200 reais e duas secções de 600 réis, divididas na rua Mariz e Barros, esquina com a rua Affonso Penna.
A Noite, 20/07/1928
Em 13 de agosto de 1928, inaugura a linha Palácio Monroe – Saénz Peña, via rua Mariz e Barros, com o seguinte itinerário: Palácio Monroe, Rio Branco, Visconde de Inhaúma, Marechal Floriano, Praça da República, Estrada de Ferro, Senador Euzebio, Avenida do Mangue, Lauro Muller, Praça da Bandeira, Mariz e Barros, Almirante Cockrane, Praça Sáenz Peña. Volta pelo mesmo itinerário, seguindo pela rua Visconde de Itaúna, em vez da rua Senador Euzebio. A linha foi dividida em duas secções. Na ida, a primeira secção do Monroe à rua Affonso Penna, por 600 réis, e a segunda da rua Affonso Penna até a Praça Sáenz Peña, por 200 réis. Na volta, a primeira secção entre a Praça Sáenz Peña e a rua Camerino, por 600 réis, e a segunda secção da rua Camerino até o Palácio Monroe, por 200 réis.
A linha Palácio Monroe - Sáenz Peña, no entanto, durou alguns meses, sendo substituída pela linha Palácio Monroe - Cancella em primeiro de dezembro de 1928, com o seguinte itinerário: Palácio Monroe, Luiz de Vasconcellos, Passeio, Rio Branco, Visconde de Inhaúma, Marechal Floriano, Praça da República (lado Quartel), Senador Euzebio, Mangue, Francisco Bicalho, Pedro II, Figueira de Mello, Praça Marechal Deodoro (Campo), rua São Luiz Gonzaga até o Largo da Cancella. A linha tinha passagem direta de 800 réis.
O Paiz, 11/11/1928
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Em 1928, a Light, através da Auto-Ômnnibus inicia o processo de aquisição de pequenas empresas de ônibus concorrentes, visando o monopólio. Numa primeira etapa foram adquiridas as empresas Auto Viação Carioca, Rio de Janeiro Auto-Omnibus e Auto Viação Glória, totalizando 28 carros. Após a compra das empresas, a Viação Excelsior, controlada pela Light, inaugura suas primeiras 4 linhas para a Zona Norte: Leopoldina, Meyer, 28 de Setembro e Largo da Cancela, como também novas linhas para a Zona Sul: Leblon, Laranjeiras, Ipanema e Leblon.
Em 17 de dezembro de 1928, o itinerário da linha Praça Mauá – Leblon é alterado, passando a seguir pela rua Prudente de Moraes em vez da Avenida Vieira Souto. A ligação entre a Avenida Rainha Elisabeth e a rua Prudente de Moraes passa a ser feita pelas ruas Canning, Gomes Carneiro e Praça General Osório.
Em 20 de julho de 1929, a Auto-Omnibus assume a concessão de três antigas pequenas empresas, que estavam sob o controle da firma Studebaker do Brasil S.A: Motor Viação, Conceição e Tijuca.
Em primeiro de janeiro de 1930, inaugura a linha Palácio Monroe - Andarahy.
Linhas em 1930
Monroe - Muda
Monroe - Uruguay
Monroe - Andarahy
Monroe - Meyer
Monroe - Cancella
Mauá - Tunnel Alaor Prata
Mauá - Igrejinha
Mauá - Leblon
Em primeiro de agosto de 1931, inaugura a linha Praça Mauá – Leblon, com o seguinte itinerário: Praça Mauá, Rio Branco, Beira Mar, Praia do Flamengo, Oswaldo Cruz, Praia de Botafogo, Pasteur, Emilio Berla, rua do Tunnel, Salvador Corrêa, Atlântica, Rainha Elisabeth, Vieira Souto, Teixeira de Mello, Prudente de Moraes, Henrique Dumont, Leblon. Volta pelo mesmo itinerário. Com passagem directa de 1$400 réis e três secções com limites no Pavilhão Mourisco e Avenida Rainha Elisabeth.
Light, Abril/1932
A empresa foi extinta em 13 de julho de 1933, ao ser absorvida pela The Rio de Janeiro Tramway, Light & Power Co. Ltd. proprietária da Viação Excelsior.
Garagens:
Praia de Botafogo, 198
Largo dos Leões s/n.
Frota
1928 26
REFERÊNCIAS:
Nova linha de auto-omnibus. Gazeta de Notícias. Rio de Janeiro. 03 fevereiro 1922. p.1.
Os omnibus para Copacabana. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 21 dezembro 1922. p.6.
Termo de Obrigação. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 14 março 1923. p.9.
Auto Omnibus S.A. Correio da Manhã. Rio de Janeiro. 24 julho 1926. p.9.
Aviso ao Público. O Jornal. Rio de Janeiro. 22 fevereiro 1930. p.6.
Melhorando sempre. Duas novas linhas. A Esquerda. Rio de Janeiro. 31 julho 1931. p.4.
Termo de Transferência. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 15 julho 1933. p.21.
Auto Ônibus, Legislação, Autorizações. Companhia de Carris, Luz e Força do Rio de Janeiro Ltda. Rio de Janeiro. Outubro 1940. p.59.
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