Empreza Nacional Auto Viação Ltda.
1923 - 1932
Histórico
Empresa de transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal, fundada em 1923 na cidade do Rio de Janeiro pelas firnas Jacomo Rosario Staffa e Bento, Lopes & Freitas, tendo como Diretor-Presidente Manoel Lopes Ferreira.
Foi a primeira empresa a implantar linhas diametrais na cidades. Também era conhecida como Companhia Ônibus do Lopes, em alusão ao seu diretor. Além do pioneirismo de atender diretamente os extremos da cidade, era famosa por seus inúmeros desastres, sendo apelidada pela concorrência de "Auto Viração". Foi a primeira grande empresa de ônibus da cidade, com frota de mais de 100 veículos, concorrendo diretamente com sistema de bondes da Light.
Inicia suas operações em 11 de junho de 1924, com 6 ônibus na linha Villa Isabel - Largo dos Leões, via Avenida 28 de Setembro e rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras.
Em dezembro de 1924, inaugura a linha Muda da Tijuca - Leblon.
A Noite, 29/09/1924, p.7.
Automóvel Club, Maio/1925, p.8.
Linhas em julho de 1925
Muda da Tijuca - Leblon
Villa Isabel - Largo dos Leões
Em 12 de dezembro de 1925, a linha Villa Isabel - Largo dos Leões deixa de passar pelas ruas Rufino de Almeida e Almirante Cockrane, voltando ao seu antigo itinerário pela rua São Francisco Xavier.
Em primeiro de janeiro de 1926, inaugura a linha Praça 15 de Novembro - Andarahy, via Grajahú, com o seguinte itinerário: Praça 15, Santa Luzia, Rio Branco, Visconde de Inhaúma, Marechal Floriano, Praça da República (lado quartel), Senador Euzebio, Mangue, Mariz e Barros, São Francisco Xavier, Barão de Mesquita, Pereira Nunes, 28 de Setembro, Visconde de Santa Isabel, Jardim Zoológico, José do Patrocínio, Marechal Jofre, Avenida Júlio Furtado, Praça Grajahú (atual Edmundo Rego), Avenida Júlio Furtado, rua Grajahú, Barão do Bom Retiro, Barão de Mesquita até a esquina da rua Paula Brito.
Em maio de 1926, solicita autorização à Prefeitura do Distrito Federal para implantação da linha Praça 15 - Piedade, tendo o pedido indeferido em 8 de agosto de 1926.
Em 3 de abril de 1926, a linha Praça 15 de Novembro - Andarahy foi prolongada até o Balneário da Urca, deixando de passar pela Praça 15. Na Zona Sul, seguia pela Avenida Guanabara, atual Pinheiro Machado, beneficiando os moradores de Laranjeiras. A linha no entanto teve vida curta, sendo extinta em outubro de 1926.
Em fevereiro de 1926, explorava as linhas Villa Isabel - Leblon e Praça 15 - Andarahy.
Em março de 1926, contava com frota de 95 ônibus, sendo 35 em construção reservados às futuras linhas, solicitadas à Prefeitura, para Piedade, Rio Comprido e São Christóvão.
Em junho de 1926, a empresa contava com 76 ônibus em tráfego e 10 em construção nas oficinas da própria empresa, cujos apenas os chassis são importados.
Correio da Manhã, 15/06/1926
Linhas em junho de 1926
Villa Isabel - Largo dos Leões
Muda da Tijuca - Leblon
Andarahy - Balneário da Urca
Em 11 de julho de 1926, é inaugurada a linha Club Naval - Igrejinha, reforçando o atendimento da linha Muda da Tijuca - Leblon. No mesmo dia a linha Villa Isabel - Largo dos Leões foi prolongada até o novo prado do Jockey Club no Jardim Botânico.
Jornal do Brasil, 11/07/1926
Matéria – Empreza Nacional Auto Viação. O Globo, 29/07/1926.
A Noite, 06/08/1926
Em 14 de agosto de 1926, atendendo aos pedidos dos moradores, inaugura a linha Club Naval - Laranjeiras, com intervalos de 10 minutos e o seguinte itinerário: Club Naval, Beira Mar, Praia do Flamengo, Buarque de Macedo, Cattete, Largo do Machado, Laranjeiras, Cosme Velho até a estação do Corcovado. A linha tinha passagem direta de 600 réis e duas seções:
1ª - Club Naval - Rua Guanabara, 400 réis
2ª - Rua Guanabara - E.F.Corcovado, 200 réis
Em 16 de agosto de 1926, inaugura a linha Estação do Meyer - Freguezia em Jacarepaguá, sua primeira linha no subúrbio.
Em setembro de 1926, atendendo aos pedidos dos moradores, solicita autorização à Prefeitura do Distrito Federal para implantar a linha Praça 15 - Rio Comprido, tendo o pedido indeferido.
Linhas em dezembro de 1926
Muda da Tijuca - Leblon
Villa Isabel - Jardim Botânico
Club Naval - Igrejinha
Club Naval - Laranjeiras
Annuario do Jornal do Brasil para 1927
Em abril de 1927, as linhas Club Naval - Laranjeiras e Club Naval - Igrejinha são prolongadas até a Praça Mauá.
Em primeiro de junho de 1927, é inaugurada a linha Palácio Monroe - Uruguay, via Barão de Mesquita, com ponto final na rua Uruguay.
Linhas, Itinerários e tarifas em junho de 1927
Muda da Tijuca - Leblon: Muda da Tijuca, Conde de Bonfim, Haddock Lobo, Largo do Estácio, Machado Coelho, Visconde de Itaúna (ida), Senador Euzebio (volta), Mangue, Praça da República, Estrada de Ferro, Quartel General, Marechal Floriano, Visconde de Inhaúma, Rio Branco, Beira Mar, Praia do Flamengo, Oswaldo Cruz, Praia de Botafogo, Pasteur, Wenceslau Braz, Tunnel Novo, Salvador Corrêa, Atlântica, Rainha Elizabeth, Vieira Souto, Epitácio Pessoa até o ponto final na esquina da rua 20 de Novembro (atual Visconde de Pirajá). A linha tinha 4 secções:
1ª - Muda da Tijuca - Rua Affonso Penna, 400 réis
2ª - Affonso Penna - Palácio Monroe, 600 réis
3ª - Camerino - Pavilhão Mourisco, 600 réis
4ª - Pavilhão Mourisco - Rua Barroso, 400 réis
Muda da Tijuca - Igrejinha: Muda da Tijuca, Conde de Bonfim, Haddock Lobo, Largo do Estácio, Machado Coelho, Visconde de Itaúna (ida), Senador Euzebio (volta), Mangue, Praça da República, Estrada de Ferro, Quartel General, Marechal Floriano, Visconde de Inhaúma, Rio Branco, Beira Mar, Praia do Flamengo, Oswaldo Cruz, Praia de Botafogo, Pasteur, Wenceslau Braz, Tunnel Novo, Salvador Corrêa, Atlântica até o ponto final na Praça da Egrejinha (Forte de Copacabana). A linha tinha 5 secções:
1ª - Muda da Tijuca - Rua Affonso Penna, 400 réis
2ª - Affonso Penna - Palácio Monroe, 600 réis
3ª - Camerino - Pavilhão Mourisco, 600 réis
4ª - Pavilhão Mourisco - Rua Barroso, 400 réis
5ª - Barroso - Igrejinha, 200 réis
Praça Mauá - Igrejinha: Rio Branco, Beira Mar, Praia do Flamengo, Oswaldo Cruz, Praia de Botafogo, Pasteur, Wenceslau Braz, Tunnel Novo, Salvador Corrêa, Atlântica até o ponto final na Praça da Egrejinha (Forte de Copacabana). A linha tinha 2 secções:
1ª - Praça Mauá - Pavilhão Mourisco, 600 réis
2ª - Pavilhão Mourisco - Igrejinha, 600 réis
Praça Mauá - Tunnel Velho: Rio Branco, Beira Mar, Praia do Flamengo, Oswaldo Cruz, Praia de Botafogo, Passagem, General Polydoro, Real Grandeza até o ponto final no Tunnel Velho. A linha tinha 2 secções:
1ª - Praça Mauá - Pavilhão Mourisco, 600 réis
2ª - Pavilhão Mourisco - Tunnel Velho, 200 réis
Praça Mauá - Larangeiras: Rio Branco, Beira Mar, Praia do Flamengo, Buarque de Macedo, Cattete, Largo do Machado, Laranjeiras até o ponto final no início da rua Cosme Velho. A linha tinha 2 secções:
1ª - Praça Mauá - Largo do Machado, 400 réis
2ª - Largo do Machado - Larangeiras, 200 réis
Praça Mauá - Largo dos Leões: Rio Branco, Beira Mar, Praia do Flamengo, Oswaldo Cruz, Praia de Botafogo, Voluntários da Pátria até o ponto final no Largo dos Leões. A linha tinha 4 secções:
1ª - Praça Mauá - Palácio Monroe, 200 réis
2ª - Palácio Monroe - Buarque de Macedo, 200 réis
3ª - Buarque de Macedo - Pavilhão Mourisco, 200 réis
4ª - Pavilhão Mourisco - Largo dos Leões, 200 réis
Villa Isabel - Jardim Botânico: Praça Sete de Março, 28 de Setembro, São Francisco Xavier, Mariz e Barros, Praça da Bandeira, Mangue, Visconde de Itaúna (ida), Senador Euzebio (volta), Praça da República, Estrada de Ferro, Quartel General, Marechal Floriano, Visconde de Inhaúma, Rio Branco, Beira Mar, Praia do Flamengo, Oswaldo Cruz, Praia de Botafogo, São Clemente, Humaytá, Jardim Botânico até o ponto final na Praça Arthur Bernardes (atual Praça Santos Dumont). A linha tinha 11 secções:
1ª - Praça 7 de Março - Rua Dona Zulmira, 200 réis
2ª - Dona Zulmira - Rua Affonso Penna, 200 réis
3ª - Affonso Penna - Rua Machado Coelho, 200 réis
4ª - Machado Coelho - Rua Camerino, 200 réis
5ª - Camerino - Palácio Monroe, 200 réis
6ª - Palácio Monroe - Buarque de Macedo, 200 réis
7ª - Buarque de Macedo - Pavilhão Mourisco, 200 réis
8ª - Pavilhão Mourisco - Largo dos Leões, 200 réis
9ª - Largo dos Leões - Jardim Botânico, 200 réis
10ª - Praça Arthur Bernardes - Camerino, 1$200 réis
11ª - Praça Sete de Março - Palácio Monroe, 1$000 réis
Villa Isabel - Monroe: Praça Sete de Março, 28 de Setembro, São Francisco Xavier, Mariz e Barros, Praça da Bandeira, Mangue, Visconde de Itaúna (ida), Senador Euzebio (volta), Praça da República, Estrada de Ferro, Quartel General, Marechal Floriano, Visconde de Inhaúma, Rio Branco até o ponto final no Palácio Monroe. A linha tinha 2 secções:
1ª - Praça 7 de Março - Rua Affonso Penna, 400 réis
2ª - Affonso Penna - Palácio Monroe, 600 réis
Uruguay - Monroe: Rua Uruguay (partida da esquina da rua Barão de Mesquita), Conde de Bonfim, Haddock Lobo, Largo do Estácio, Machado Coelho, Visconde de Itaúna (ida), Senador Euzebio (volta), Mangue, Praça da República, Estrada de Ferro, Quartel General, Marechal Floriano, Visconde de Inhaúma, Rio Branco até o ponto final no Palácio Monroe. A linha tinha 2 secções:
1ª - Uruguay - Rua Affonso Penna, 400 réis
2ª - Affonso Penna - Palácio Monroe, 600 réis
São Christóvão - Monroe: Largo da Cancella, São Januário, São Luiz Gonzaga, Campo de São Christóvão, Coronel Figueira de Mello, São Christóvão, Praça da Bandeira, Mariz e Barros, Estação Leopoldina, Francisco Bicalho, Mangue, Visconde de Itaúna (ida), Senador Euzebio (volta), Praça da República, Marechal Floriano, Visconde de Inhaúma, Rio Branco até o ponto final no Palácio Monroe. A linha tinha 2 secções:
1ª - São Christóvão - Estação Leopoldina, 400 réis
2ª - Estação Leopoldina - Palácio Monroe, 400 réis
Rio Comprido - Monroe: Largo do Rio Comprido, Paulo de Frontin, Mangue, Visconde de Itaúna (ida), Senador Euzebio (volta), Praça da República, Estrada de Ferro, Quartel General, Marechal Floriano, Visconde de Inhaúma, Rio Branco até o ponto final no Palácio Monroe. Com tarifa única de 600 réis.
No segundo semestre de 1927 a empresa, em dificuldades financeiras, se desfaz de algumas linhas.
Jornal do Brasil, 04/09/1927
Em julho de 1928, explorava também a linha Conselho Municipal - Villa Isabel e Conselho Municipal - Muda da Tijuca.
Em 30 de junho de 1928, seu único proprietário era Laudelino freire.
Em abril de 1929 a empresa foi multada pela Inspectoria de Concessões em duzentos mil réis por exibir 627 anúncios não licenciados em seus ônibus.
Em dezembro de 1929, explorava também a linha Praça Mauá - Leblon.
Garagens:
Rua Luiz Barbosa, 72-74, Villa Isabel, próximo à Praça 7 de Março. Foi ampliada em 1926, passando a ocupar o número 74, ampliando a capacidade para 100 ônibus.
REFERÊNCIAS:
Ligando os grandes bairros. A Noite. Rio de Janeiro. 12 dezembro 1924. p.2.
Uma nova pista de corridas de auto-omnibus. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 18 setembro 1925. p.5.
Ao Publico. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 12 dezembro 1925. p.18.
A festa do anno novo no Jardim Zoológico. O Brasil. Rio de Janeiro. 03 janeiro 1926. p.4.
O que interessa aos bairros. O Jornal. Rio de Janeiro. 05 janeiro 1926. p.5.
Reclamam contra o serviço da Auto Viação. A Manhã. 27 janeiro 1926. p.2.
O serviço de omnibus. Automóvel Club. Rio de Janeiro. Março 1926. p.8.
Empreza Nacional Auto Viação Limitada. O Paiz. Rio de Janeiro. 03 abril 1926. p.9.
Resolvendo o problema dos transportes. Correio da Manhã. Rio de Janeiro. 15 junho 1926. p.6.
Uma empresa que progride, beneficiando o público e a cidade. O Jornal. Rio de Janeiro. 17 junho 1926. p.23.
Empreza Nacional Auto Viação Ltda. Jorna do Brasil. Rio de Janeiro. 11 julho 1926. p.16.
Os omnibus nos suburbios. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 18 agosto 1926. p.20.
Aviso ao Publico. Auto-Omnibus. A Rua. Rio de Janeiro. 4 dezembro 1926. p.3.
Está mesmo pesada ! Mais um acidente com um omnibus da E.N.A.V.L. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 26 março 1927. p.10.
Termo de obrigação. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 29 março 2022. p.14.
Inspectoria de Concessões. Expediente do dia 8 de junho de 1927. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 10 junho 1927.
Mais uma victima dos autos-omnibus. Correio da Manhã. Rio de Janeiro. 03 agosto 1927. p.3.
Fallencias e Concordatas. Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 30 junho 1928. p.8.