21/05/2013 - Fetranspor
Lélis Marcos Teixeira diz que, durante anos, poder público não investiu na racionalização dos serviços prestados pelos ônibus
LUIZ ERNESTO MAGALHÃES
RIO O presidente da Federação das Empresas de Transporte do Estado (Fetranspor), Lélis Marcos Teixeira, argumenta que os problemas nos ônibus do Rio decorrem principalmente da falta de planejamento urbano. Para ele, haverá melhorias com a implantação dos BRTs e da ampliação dos sistemas de BRS na cidade.
O senhor concorda que o serviço prestado pelas empresas é ruim?
O sistema é assim porque o Rio é uma megalópole que cresceu sem planejamento urbano. A cada bairro que surgia, as empresas expandiam linhas para garantir a mobilidade. Ter um serviço de qualidade não é difícil. O problema é que, durante anos, o poder público não investiu também na racionalização dos serviços. O que está acontecendo nos últimos anos. A implantação de mais três linhas de BRTs (Transoeste, Transcarioca e Transbrasil) e de 22 novos corredores de BRS nos próximos anos ajudará a reorganizar os serviços.
Mas as empresas também são responsáveis quando os passageiros são obrigados a viajar em ônibus lotados ou em mau estado de conservação, como na Zona Oeste.
A lotação adequada são seis pessoas por metro quadrado em qualquer lugar do mundo. Seja aqui, em Nova York ou Londres, o transporte público vai lotar na hora de pico. O problema, mais uma vez, foi a falta de planejamento: muitos ônibus ficam parados nos congestionamentos. Por causa disso, a cidade tem 9,8% a mais de coletivos do que deveria para atender à demanda.
Com a licitação não era de se esperar uma melhoria?
Mas o serviço está melhorando. Com a inauguração do BRT Transoeste em junho do ano passado, investimos em ônibus articulados com computador de bordo, ar-condicionado e outros serviços. Mas há empresas ainda em dificuldades porque enfrentam concorrência das vans que, na Zona Oeste, por exemplo, circulam protegidas por milícias. Investimos em câmeras, GPs e sistema de monitoramento. Nos próximos anos, o investimento das empresas na modernização das frotas chegará a R$ 1 bilhão para atender aos BRTs.
Há queixas em relação à preparação dos profissionais. Não há acidentes demais?
É preciso cautela e esperar pelas conclusões das investigações antes de tirar conclusões de quem foi o responsável pelos acidentes. Uma coisa que nunca vi publicado em lugar algum é que registramos 973.909.365 viagens pagas apenas em 2012. Sabe qual foi o percentual de reclamações? 0,00207%.
Muito se fala também da influência dos empresários de ônibus na Assembleia Legislativa (Alerj) e Câmara dos Vereadores. Qual é a sua análise?
Isso não existe. Há 12 anos, o setor transportava 119 milhões de passageiros por mês. A concorrência do transporte clandestino fez com que, há dois anos, caíssemos para cerca de 70 milhões ao mês. O setor enfrentou a desregulmentação, e quatro empresas faliram na Zona Oeste. Que poder é esse que faz o setor perder mercado?
Reportagens do GLOBO mostraram que as empresas têm contratado profissionais inexperientes. Isso não é um risco para os passageiros?
O treinamento de um novo profissional pode levar de três a seis meses. Nós temos também dois simuladores em que os profissionais são avaliados sobre como reagem. Claro que se o poder público propuser aperfeiçoamentos, nós vamos atender.
Lélis Marcos Teixeira diz que, durante anos, poder público não investiu na racionalização dos serviços prestados pelos ônibus
LUIZ ERNESTO MAGALHÃES
RIO O presidente da Federação das Empresas de Transporte do Estado (Fetranspor), Lélis Marcos Teixeira, argumenta que os problemas nos ônibus do Rio decorrem principalmente da falta de planejamento urbano. Para ele, haverá melhorias com a implantação dos BRTs e da ampliação dos sistemas de BRS na cidade.
O senhor concorda que o serviço prestado pelas empresas é ruim?
O sistema é assim porque o Rio é uma megalópole que cresceu sem planejamento urbano. A cada bairro que surgia, as empresas expandiam linhas para garantir a mobilidade. Ter um serviço de qualidade não é difícil. O problema é que, durante anos, o poder público não investiu também na racionalização dos serviços. O que está acontecendo nos últimos anos. A implantação de mais três linhas de BRTs (Transoeste, Transcarioca e Transbrasil) e de 22 novos corredores de BRS nos próximos anos ajudará a reorganizar os serviços.
Mas as empresas também são responsáveis quando os passageiros são obrigados a viajar em ônibus lotados ou em mau estado de conservação, como na Zona Oeste.
A lotação adequada são seis pessoas por metro quadrado em qualquer lugar do mundo. Seja aqui, em Nova York ou Londres, o transporte público vai lotar na hora de pico. O problema, mais uma vez, foi a falta de planejamento: muitos ônibus ficam parados nos congestionamentos. Por causa disso, a cidade tem 9,8% a mais de coletivos do que deveria para atender à demanda.
Com a licitação não era de se esperar uma melhoria?
Mas o serviço está melhorando. Com a inauguração do BRT Transoeste em junho do ano passado, investimos em ônibus articulados com computador de bordo, ar-condicionado e outros serviços. Mas há empresas ainda em dificuldades porque enfrentam concorrência das vans que, na Zona Oeste, por exemplo, circulam protegidas por milícias. Investimos em câmeras, GPs e sistema de monitoramento. Nos próximos anos, o investimento das empresas na modernização das frotas chegará a R$ 1 bilhão para atender aos BRTs.
Há queixas em relação à preparação dos profissionais. Não há acidentes demais?
É preciso cautela e esperar pelas conclusões das investigações antes de tirar conclusões de quem foi o responsável pelos acidentes. Uma coisa que nunca vi publicado em lugar algum é que registramos 973.909.365 viagens pagas apenas em 2012. Sabe qual foi o percentual de reclamações? 0,00207%.
Muito se fala também da influência dos empresários de ônibus na Assembleia Legislativa (Alerj) e Câmara dos Vereadores. Qual é a sua análise?
Isso não existe. Há 12 anos, o setor transportava 119 milhões de passageiros por mês. A concorrência do transporte clandestino fez com que, há dois anos, caíssemos para cerca de 70 milhões ao mês. O setor enfrentou a desregulmentação, e quatro empresas faliram na Zona Oeste. Que poder é esse que faz o setor perder mercado?
Reportagens do GLOBO mostraram que as empresas têm contratado profissionais inexperientes. Isso não é um risco para os passageiros?
O treinamento de um novo profissional pode levar de três a seis meses. Nós temos também dois simuladores em que os profissionais são avaliados sobre como reagem. Claro que se o poder público propuser aperfeiçoamentos, nós vamos atender.
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