São Conrado


Histórico

Na primeira metade década de 1930, a antiga Fazenda da Rocinha foi parcelada, passando a atrair novos moradores, principalmente operários da fábricas da Gávea. Em 1937, os Franciscanos iniciam a construção da Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem, localizada na Estrada da Gávea, 445, inaugurada no ano seguinte. Em 1939 foi iniciada a construção de uma escola gratuita, mantida pelos Franciscanos, inaugurada em 3 de março de 1940. Em 1944, o morro da Rocinha já contava com 400 casas abrigando cerca de 2 mil pessoas. 

Em 1947, é inaugurada uma linha de ônibus entre o Bar 20, em Ipanema, e a favela da Rocinha, via Avenida Niemeyer. A linha foi pioneira em atender aos moradores do morro. O Bar 20 localizava-se na Rua 20 de Novembro, atual Visconde de Pirajá, na altura da Avenida Henrique Dumont.

Ainda em 1947, com frota de 7 ou 8 carros, surge uma linha de auto-lotação, entre o ponto final dos bondes da Gávea, no final da rua Marquês de São Vicente, e o Alto da Gávea, cobrando Cr$ 3,00, beneficiando os moradores da Rocinha.

No início da década de 1950, o morro já ocupado por barracos, era conhecido como Favela da Rocinha.

Em 28 de abril de 1958, os lotações da linha Rocinha – Bar 20 (Ipanema) são depredados pelos passageiros, em função do péssimo serviço prestado, com atrasos e superlotação.

Relato de um antigo morador sobre as linhas de ônibus e lotações de São Conrado, quando o bairro ainda era considerado zona rural: “Fomos para lá em 1959. Meus pais compraram o terreno em um loteamento e construíram a casa. Já tinham 4 filhos e era uma forma de ter alguma qualidade de moradia por um preço viável. Durante a construção da casa, um lotação descia da Gávea, pela Rocinha, até o Largo da Macumba, no fim da descida da Rocinha. Dali tínhamos que ir a pé até o Largo de São Conrado (uns 2 ou 2,5 km). Quando a casa ficou pronta, já funcionava outra linha de lotação, com ponto final no Largo de São Conrado (São Conrado- Bar 20). Uns meses depois foi substituído por um ônibus circular, o São Conrado-Real Grandeza, que acabou virando Vidigal-Mourisco (521 e 522). Quando esta linha foi "encurtada" até o Vidigal, ficamos só com o Hotel Leblon - Barra da Tijuca (555) que, anos depois, virou Rodrigo Otávio - Barra da Tijuca”.


Correio da Manhã, 04/02/1964

Linhas da Gávea e São Conrado em 1968. Pontos finais no retângulo


Em janeiro de 1970, as seguintes linhas de ônibus circulavam na Avenida Niemeyer:

521 - Vidigal-Mourisco (Transportes Acre)
522 - Vidigal-Mourisco (Transportes Acre) 
545 - Rocinha - Hotel Leblon (Amigos Unidos)
555 - Barra da Tijuca - Hotel Leblon (Amigos Unidos)

Em agosto de 1973, as seguintes linhas de ônibus circulavam pela Avenida Niemeyer: 

521 - Vidigal-Mourisco
522 - Vidigal-Mourisco 
545 - Rocinha-Marquês de São Vicente 
553 - Leme-São Conrado
554 - Gávea-Barra da Tijuca
555 - Gávea-Cidade de Deus
750 - Gávea-Cidade de Deus 

Além das linhas especiais Campo Grande, Base Aérea de Santa Cruz e Restinga de Marambaia da Expresso Pégaso, ambas com ponto final no Aeroporto Santos Dumont.

Linhas que atendiam ao bairro de São Conrado em setembro de 1985: 

175 - Estrada de Ferro - Alvorada, via Copacabana
176 - Estrada de Ferro - São Conrado
179 - Harmonia - Alvorada, via Jockey
387 - Marambaia - Praça Mauá 
523 - Metrô Botafogo - Alvorada, via Copacabana
524 - Metrô Botafogo - Alvorada, via Jockey
553 - Leme - São Conrado, Amigos Unidos
554 - Gávea - Novo Leblon, Amigos Unidos
555 - Cidade de Deus - Gávea, Amigos Unidos
557 - Leme - Itanhangá, Amigos Unidos
755 - Gávea - Cascadura

Em maio de 1991, na Rocinha, circulavam pela Estrada da Gávea  4 linhas de ônibus, todas da Amigos Unidos:

546 - Rocinha - Gávea
591 - Hotel Nacional - Leme
592 - São Conrado - Leme
593 - Leme - Gávea


REFERÊNCIAS:

Hoje Rocinha Gávea. Diário Carioca. Rio de Janeiro. 22 setembro 1944. p.3.

Quais as necessidades do seu bairro. A Manhã. Rio de Janeiro. 27 dezembro 1947. p.2.

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