Linha do Tempo

1950 - 1959

Material Rodante

Em 1950, governo federal proíbe a importação de ônibus para a renovação da frota, enquanto era liberada a importação de automóveis de luxo.

Os empresários de ônibus foram impedidos de renovarem suas frotas, sendo obrigados a uma longa espera nas linhas de montagem das fábricas paulistas de carrocerias, cuja produção era insuficiente para atender os pedidos.

Só era permitida a importação de chassis para serem encarroçados em São Paulo.

Com exceção da Viação Relâmpago, que conseguiu furar a proibição, importando 31 modernos GM Coach.

Demanda

Ao longo da década de 1940, a participação dos ônibus e lotações no sistema de transporte coletivo foi aumentando gradativamente. Em 1940 os ônibus transportavam 18% da demanda dos bondes contra 33% em 1950.

Viagens em Transporte Coletivo em 1950

Modal                                 Passageiros                    %

Bondes                               648.599.449                    60
Ônibus e Lotações             224.614.942                    21
Trem Suburbano                207.784.691                    19

Total                                 1.080.999.082                  100


Linhas

Em abril de 1950, segundo o Mensário Estatístico da Prefeitura do Distrito Federal, a cidade contava com 92 linhas de ônibus, assim distribuídas:

Zona Sul                         17
Centro                          1
Zona Norte                          7
Subúrbios                 18
Zona Norte – Zona Sul                 17
Entre bairros Subúrbios                 24
Campo Grande, Santa Cruz, Sepetiba   6
Ilha do Governador                  2

Linhas inauguradas em 1950

1         Aeroporto  Barão de Tefé
6         Mauá Ribeira
8         Mauá Freguesia
91         Acari Praça Tiradentes
S-7         Engenho de Dentro Águas Brancas
S-14 Cascadura Taquara
S-18 Cascadura Senador Camará         Redentor
S-21 Penha Vila Grotão
S-23 Cascadura Anchieta
S-25 Campo Grande Vila Nova
S-26 Cascadura Coelho Neto
S-27 Cascadura Deodoro                 Redentor
S-28 Cascadura Ricardo de Albuquerque
S-34 Tanque Largo da Capela
S-41 Barata Águas Brancas
S-42 Irajá         Marechal Hermes
S-85 Ribeira Galeão                 EMO

Frota

Em novembro de 1950, o sistema de ônibus municipal contava com 1.015 ônibus, sendo 850 nas linhas urbanas e 165 nas suburbanas.

Ao longo da década de 1950, em função da concorrência predatória dos lotações e da proibição de importação de peças de reposição dos veículos, imposta pelo próprio governo, muitas empresas de ônibus foram à falência.

Segundo uma matéria do jornal A Noite de 30 de outubro de 1953, as seguintes empresas de ônibus já tinham paralisado suas operações: Carbrasa, Imperial Transportes de Passageiros, Auto Ônibus Circular, Viação Metrópole, Viação Novo Mundo, Viação Amarante, Viação Fátima, Viação Ultramar, Viação Norma Limitada, Viação Nossa Senhora das Graças, Viação Marambaia, e Viação Paraguassu. Mais oito empresas se encontravam em concordata.

Em função da concorrência desleal dos lotações, a frota de ônibus da cidade é reduzida de 713 ônibus em 1953 para 444 em 1955. Na Câmara de Vereadores estudava-se a revogação da Lei Mourão Filho e  o fim das linhas de lotações individuais, antes do desaparecimento total das empresas de ônibus.

Em março de 1955, cerca de 30 ônibus estavam parados por falta de peças de reposição importadas.

Zona Sul

Em 11 de março de 1952, visto que boa parte das linhas de ônibus da Zona Sul tinham ponto final no Leblon, o que não permitia a oferta de lugares sentados aos moradores dos demais bairros, como Copacabana, a Prefeitura cria um plano de escalonamento modificando os pontos finais das seguintes linhas de ônibus: 

Linha                 Novo Ponto Final Empresa

11 - Tijuca – Bar Vinte         Jockey Club
56 - Castelo – Forte de Copacabana Leblon
103 - Sáenz Peña – Ipanema         Leblon
104 - Barão de Drumond – General Osório Leblon
105 - Grajaú – Copacabana         General Osório
111 - Usina – Jockey         Ipanema
126 - Olaria – Leblon         Copacabana          Copanorte

Abrigos para passageiros

Em janeiro de 1955, a Prefeitura inicia a instalação de abrigos de ônibus na rua do Passeio, no princípio da Avenida Rio Branco e na Praça XV, entre outros logradouros. Sendo do mesmo tipo adotado na cidade de São Paulo.

Planos

Em maio de 1955, o Departamento de Concessões apresenta novo Plano de Transportes propondo a criação de áreas seletivas por empresas:

Área Seletiva                         Empresas

Campo Grande                         Caiçaras Auto Ônibus
Bangu                         Viação Redentor
                        Bangu Auto Ônibus
Duque de Caxias                         Viação Paredense
                        Duque de Caxias Auto Ônibus
Pavuna                         Viação Nova
Vaz Lobo                                 Federal Auto Ônibus
Marechal Hermes                         Viação Suburbana
Inhaúma                         Viação Santa Helena
Ilha do Governador                         Viação Paranapuan
Vila Kosmos                         Viação Guanabara
Bonsucesso, Ramos, Olaria, Penha Viação Copanorte
Braz de Pina                         Estrêla do Norte
Irajá                                 Viação Central
Jacarepaguá                         Viação Taquara
                        Ideal
Cascadura                         Universal
São Cristóvão e Triagem         Braso Lisboa
Pilares                         Viação São Paulo
Cachambi                         Viação São Jorge
Meyer, Engenho de Dentro                 Viação Glória
Engenho Novo                 ETAL
Vila Isabel                         Independência Auto Ônibus
Lins de Vasconcelos                 SOFA
Tijuca                         Viação Carioca
Grajaú, Andaraí                 Viação Nacional
Centro                         Viação Campos
                        Mosa
                        Santa Cecília
                        Gaúcha
Laranjeiras                         Empresa Municipal de Ônibus
                        Turi
Lagoa Rodrigo de Freitas         Viação Maracanã
Urca                         Viação Elite
Bairro do Peixoto                 Limousine Federal
Gávea, Leblon, Ipanema       Relâmpago, Nacional, Central, Limousine Federal
Copacabana, Leme, Flamengo         Relâmpago, Nacional, Central, Limousine Federal

Plano que nunca foi executado, pois não considerava a existência dos lotações.

Em abril de 1956, o vereador Cotrim Neto apresenta à Câmara de Vereadores o projeto de unificação do sistema de transporte coletivo da cidade do Rio de Janeiro, através da criação da Companhia de Transportes Coletivos do Distrito Federal, extinguindo o Departamento de Concessões. 

Autorizações

Em março de 1956, Francisco Negrão de Lima é nomeado prefeito do Distrito Federal  permanecendo no cargo até julho de 1958. Até 1957 autorizou a implantação de 17 linhas, sendo 13 linhas de ônibus e 4 de lotações:

Em agosto de 1958, criação da Comissão de Transportes Coletivos do Departamento de Concessões da Prefeitura do Distrito Federal.

Estado da Guanabara

Em 5 de dezembro de 1960, Carlos Lacerda é empossado como primeiro governador do Estado da Guanabara, iniciando de imediato a execução de uma ampla reforma administrativa. Em 29 de dezembro, através do Decreto nº 318, é criada a Comissão de Reestruturação da Superintendência de Transporte, visando a racionalização do sistema de transporte coletivo.


REFERÊNCIAS:

Tem cinco pontos a nova revolução do tráfego. Tribuna da Imprensa. Rio de Janeiro. 10 maio 1955. p.8.

Licenciados novos lotacoes individuais. O Jornal. Rio de Janeiro. 19 maio  1953. p.8.

Chefe do Serviço de Ônibus: Impossível a coexistência entre lotações e ônibus. Última Hora. Rio de Janeiro. 10 outubro 1960. p.2.

A Empresa de Viação União. Luta Democrática. Rio de Janeiro. 15 fevereiro 1959. p.8.

Mensagem Apresentada a Câmara Municipal do Districto Federal em 3 de maio de 1936 pelo Prefeito em Exercício Olympio de Mello.  1936.

REIS, José de Oliveira. Transporte Coletivo, Transporte Rápido Metropolitano e Estudos do Rio de Janeiro e de São Paulo. 1950, junho. Tese Urbanismo. Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil – Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro. Tráfego Urbano no Distrito Federal. Boletim do D.G.E. Prefeitura do Distrito Federal. Janeiro 1950. p.31.

Regozijo dos motoristas pela Lei Mourão Filho. Diário Carioca. Rio de Janeiro. Seção Azul. 16 dezembro 1951. p.1.

Ônibus. O Jornal. 1950. 183/10191. 09161 (3).

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