Fim da CTC
Em 18 de fevereiro de 1991, o governador Moreira Franco suspendeu as operações da CTC, quando a empresa contava com frota operacional de 80 ônibus e 30 linhas, transportando diariamente 50 mil passageiros.
Em março de 1991, no início do governo Brizola, a CTC foi reativada com 166 ônibus doados por empresas particulares, retomando suas operações em 14 de outubro de 1991.
Em junho de 1996, no governo Marcello Alencar, a operação da CTC foi suspensa em definitivo. Em 24 de junho de 1996, circulou o último carro da empresa na linha 261 (Marechal Hermes – Praça XV). A CTC contava com 5 garagens e frota patrimonial de 364 ônibus, a maioria em bom estado de conservação.
Nota: o governador Marcello Alencar também foi o responsável pela concessão do Metrô à iniciativa privada e pelo pedágio da Via Lagos.
Currais
Em 3 de abril de 1991, através da Lei Estadual nº 1.808, foi proibido às empresas concessionárias ou permissionárias das linhas de transportes de ônibus urbano ou intermunicipais, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, a instalação no interior dos ônibus de passarelas de ligação entre a porta de entrada e a roleta. No prazo de sessenta dias deveriam ser retiradas as passarelas existentes.
Após a proibição dos currais, em 30 de dezembro de 1992, através do Decreto municipal nº 11.881, foi autorizada a colocação de uma segunda catraca no interior dos ônibus, junto à porta de entrada localizada na traseira do veículo, evitando calotes. A partir de abril de 1993, os novos ônibus já saíam das montadoras com a segunda roleta.
Em 3 de agosto de 1993, foi decretada a suspensão, por 90 dias, da colocação de novas catracas duplas nos ônibus, após o incêndio de um ônibus da Viação Tijuca, com a morte de 9 pessoas.
Articulados
Em junho de 1991, a Rio Ita inicia a operação de ônibus articulados Caio/Scania, com capacidade de 180 passageiros, na linha intermunicipal Praça 15 – Venda das Pedras, com 54 Km de extensão.
Circular Centro
Em 1991, a Verdun inaugura a linha circular C-001 (Aeroporto Santos Dumont - Praça Mauá) com frota de micro-ônibus e tarifa seletiva.
Linha Vermelha
Em 30 de abril de 1992, é inaugurado o trecho São Cristóvão - Ilha do Governador da Linha Vermelha.
Em 28 de setembro de 1994, foi inaugurada a operação de 15 linhas intermunicipais, tipo tarifa A, da Baixada Fluminense na Linha Vermelha, reduzindo o tempo de viagem em cerca de 20 minutos. Os ônibus de linhas convencionais ainda não tinham autorização de trafegar na Linha Vermelha. No mesmo dia o Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (DETRO) autoriza mais 22 linhas intermunicipais com ônibus rodoviários, principalmente da região serrana, a trafegarem na Linha Vermelha.
Tarifa Única
Em janeiro de 1993, início da gestão do prefeito César Maia, foi instituída a tarifa única no município do Rio de Janeiro. Em junho de 1993, foi criada a Câmara de Compensação Tarifária, administrada pelas próprias empresas permissionárias.
Abrigos
Entre 1993 e 1994, a Prefeitura inicia a instalação novos abrigos de passageiros de concreto, pintados em tom pastel.
Em 1999, foi aberta concorrência internacional para implantação de novo mobiliário urbano, incluindo novos abrigos de ônibus. Quatro empresas participaram: Adshel (inglesa), Cemusa (espanhola), JCDecaux (francesa) e Sarmiento (argentina). As empresas vencendoras foram a Adshel, para o Centro e Zona Sul, e Cemusa para os subúrbios e Zona Norte.
Em 2000, Adshell Clear Channel instala os primeiros abrigos de padrão internacional na cidade, na Praia do Flamengo recém-reurbanizada.
Corredor Sul
Em primeiro de março de 1994, as empresas Real Auto Ônibus e Saens Peña recebem os primeiros 30 carros pintados de amarelo para operação no Corredor Centro - Leblon, via Copacabana, nas linhas 121, 123, 125 e 132.
O corredor, com faixas preferenciais ao transporte coletivo na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, Aterro do Flamengo e rua Barata Ribeiro, além de paradas separadas das demais linhas, foi oficialmente inaugurado em 2 de fevereiro de 1995.
Vans
Em meados dos anos 90, intensifica-se o transporte informal de kombis e vans, fazendo concorrência direta ao transporte regulamentando. Até então só haviam linhas curtas para o acessos aos morros e favelas da cidade, conhecidas como “cabritinhos”, além de algumas linhas piratas pra Baixada Fluminense e São Gonçalo, com ônibus rodoviários, operadas nos horários de pico. Na Zona Sul surge a linha de kombi Shopping Rio Sul – Copacabana – Rocinha, além de diversas linhas de vans entre o Centro, Jacarepaguá, Santa Cruz e Campo Grande, via orla.
Em janeiro de 1997, a Prefeitura estudava a legalização do transporte de passageiros por vans, apesar da oposição dos motoristas de táxis e das empresas de ônibus. Algumas linhas de vans não legalizadas circulavam até com ar-condicionado.
Em 2000, a Prefeitura regulamentou o transporte de vans no município, com frota inicial de 2.747 veículos e 60 cooperativas.
Metrô
Em 1996, após a inauguração da estação Vicente de Carvalho do Metrô, junto ao hipermercado Carrefour, foram inauguradas duas linhas circulares de micro-ônibus, entre a estação Vicente de Carvalho e o bairro de Vista Alegre.
Jornal do Brasil, 29/08/1989
Planejamento
Em 1997, o prefeito Luiz Paulo Conde lança o Projeto Rio Bus. A prefeitura contrata uma equipe da Coordenação dos Programas de Pós Graduação em Engenharia (Coppe) da UFRJ, para elaborar o projeto, visando racionalização do sistema de transporte coletivo do município. Em setembro de 1999, os estudos preliminares previam a substituição das 445 linhas municipais existentes por 250 novas linhas.
Em setembro de 2000, foi concluído o estudo de racionalização das linhas da Ilha do Governador que entre outras melhorias previa a implantação de faixas exclusivas para ônibus na Estrada do Galeão, que nunca foram construídas.
Os estudo do Rio Bus foram concluídos em dezembro de 2000 e nunca foram executados.
Surf Bus
Em 28 de março de 1998, inauguração do Surf Bus Beach Tour, ônibus exclusivo para o transporte de surfistas e turistas entre o Largo do Machado e a Prainha, via orla, com 3 viagens diárias por sentido. No final de 2005, a linha transportava diariamente cerca de 240 passageiros.
Ponto inicial da linha do Surf Bus no Largo do Machado com o motorista em 1998
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Ônibus convencional com ar-condicionado
Em 1999, a Breda Rio foi a primeira empresa a operar ônibus de duas portas com ar-condicionado na cidade, e também uma das primeiras no país. A passagem custava o dobro da tarifa do ônibus convencional, sendo inferior a dos frescões.
Montadoras
Em novembro de 1999, a Ciferal, em parceria com a Marcopolo, lança o modelo Turquesa produzido na fábrica de Xerém.
Avenida Ataulfo de Paiva em 1995
Foto Marcelo Cardoso
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Linhas e empresas
433 - Barão de Drumond - Leblon, Transportes Vila Isabel
583 - Cosme Velho - Leblon, circular, Transportes São Silvestre
500 - Pão de Açúcar - Barra da Tijuca, CTC
410 - Praça Varnhagem - Antero de Quental, Verdun
Maiores grupos empresariais em janeiro de 1994:
Jacob Barata, dono da Acari e sócio de outras 8 empresas. Controla 1.377 ônibus, direta ou indiretamente, o que corresponde a 23% da frota total.
Agostinho Gonçalves Maia, dono da Campo Grande e da Santa Sofia e sócio de Jacob Barata na Pégaso, na Bangu e na Jabour.
Anselmo Duarte, administra a Mosa e a Amigos Unidos
Aníbal Siqueira, dono da Real Auto Ônibus
João Pereira, controla a América, Rubanil e Madureira Candelária.
Ivo da Silva, ex-vereador, administra a Nossa Senhora de Lourdes e Santa Maria.
José de Castro Barbosa, controla a Caprichosa e a Três Amigos.
José Inácio da Silva, dono da Verdun
Antônio Barbosa, dono da São Silvestre
REFERÊNCIAS:
Lobby empresarial dá supremacia a ônibus Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 23 janeiro 2024. p.28.
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