Projeto Metrô de Superfície


1983 - 1987

Histórico

Em 27 de julho de 1983, o arquiteto Jaime Lerner é nomeado pelo governador Leonel Brizola para coordenar o programa Rio Ano 2000, substituindo o projeto da Secretaria do Ano 2000.

Em novembro de 1984, após a inauguração das primeiras linhas de ônibus expressas entre São Cristóvão e a Zona Sul, Jaime Lerner apresenta ao governador do estado do Projeto Metrô de Superfície, que consistia na implantação de corredores segregados para ônibus articulados com estações tubo com piso elevado e cobrança antecipada para agilizar o embarque dos passageiros. Segundo o Plano, a cidade, junto com a Baixada Fluminense, deveria ser cortada por 10 ou 12 corredores de ônibus. 

Jornal do Brasil, 26/10/1984, Caderno B, p.1.

Projeto Rio Ano 2000. Metrô de Superfície

Projeto Rio Ano 2000. Metrô de Superfície

Estudo do Ônibus Expresso de Curitiba de 1969

Estudo do Ônibus Expresso de Curitiba de 1969


Inicialmente o projeto do Metrô de Superfície deveria ser implantado entre o Centro e a Zona Sul, com ponto final no Terminal Menezes Cortes no Castelo.

Em janeiro de 1985, a Secretaria de Estado de Transportes aprova o o Plano de Revitalização do Centro, proposto pelo arquiteto Jaime Lerner, que previa a implantação de 4 novos terminais de ônibus, interligados por pistas exclusivas, além da ampliação das ruas de pedestres. O plano previa a implantação  dos terminais da Praça XV Norte, Praça XV Sul, Misericórdia e Presidente Vargas, próximo à Candelária. A pista central da Avenida Presidente Vargas seria exclusiva dos ônibus. No dia 24 de janeiro, o arquiteto Jaime Lerner apresenta, no Paço Imperial, apresenta o novo Plano de Circulação aos empresários.

Em 15 de maio de 1985, o prefeito Marcello de Alencar e o secretário de Transportes do Estado,  Brandão Monteiro, acertam os detalhes das licitações para as obras de implantação da primeira etapa do Projeto de Revitalização do Centro, proposto pelo arquiteto Jaime Lerner. A verba de Cr$ 1 bilhão já estava autorizada pelo Governo Municipal. A primeira etapa era composta de 3 obras prioritárias: a transformação da pista central da avenida Presidente Vargas em pista exclusiva para ônibus, a implantação do Terminal Misericórdia , e a implantação dos terminais Norte e Sul, junto à estação das Barcas da Praça XV. Numa segunda estaria prevista a implantação do calçadão da Praça XV, junto às Barcas, além da implantação de outras áreas exclusivas para  pedestres. O início das obras da primeira etapa estava previsto para junho de 1985.

Em agosto de 1985, o Secretário de Transportes do Estado, Brandão Monteiro, anuncia que as obras de implantação do Metrô de Superfície da Zona Sul começariam em 15 dias. Em função do alto custo, os ônibus articulados seriam substituídos por ônibus Padron. Deveriam ser implantadas 40 estações tubo.

Em primeiro de janeiro de 1986, Saturnino Braga  assume a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Nos primeiros dias de governo, em entrevista à imprensa, revela que foi estabelecido contato com o escritório do arquiteto Jaime Lerner para dar sequencia ao Projeto Rio 2000, que entre outras medidas previa a implantação do Metrô de Superfície, a ampliação da integração metrô-ônibus, e a humanização do centro da cidade.

Em 7 de maio de 1986, o arquiteto Jaime Lerner, coordenador do Projeto Rio 2000, já estava com todos os estudos prontos para a implantação no segundo semestre de 1987 do projeto Metrô de Superfície  na Zona Sul, com frota prevista de 120 articulados. 

Em junho de 1986, o prefeito Saturnino Braga prevê para o segundo semestre de 1987 o início das obras de implantação da primeira etapa do Metrô de Superfície na Zona Sul, ligando o Metrô Botafogo ao Leblon, com 120 ônibus articulados e 36 estações tubo transparentes climatizadas,  revestidas em policarbonato.


Transporte Moderno, junho 1986, p.7


Em 20 de agosto de 1986, o Prefeito Saturnino Braga autoriza a construção do protótipo da estação tubo do Projeto Metrô de Superfície. O módulo será desenvolvido pela Ciferal e estava orçado em Cz$ 485 mil. Segundo o próprio prefeito, o Projeto Metrô de Superfície dependia da aprovação do pedido de empréstimo feito ao BNDES, no valor de Cz$ 280 milhões. A primeira etapa do projeto deveria ligar o Leblon ao Terminal Menezes Cortes.

Em 23 de julho de 1987, o Prefeito Saturnino Braga visita a fábrica da Emaq Industrial em Magé, para conhecer o protótipo da primeira estação tubo construída para o projeto do Metrô de Superfície. A estação,  em estrutura de aço inoxidável, contava  com uma roleta para entrada e duas para saída, além de piso de borracha e duas portas automáticas para o embarque e desembarque nos ônibus. Foi construída em 120 dias. O projeto da estação tubo, apesar de não ter sido implantado no Rio de Janeiro foi aproveitado no projeto das linhas diretas da cidade de Curitiba, inaugurado em 1991.

O Globo, 24/07/1987


Instalação da primeira estação tubo de Curitiba em 1991


Primeira Linha Direta em 1991

O conceito do Metrô de Superfície só foi adotado no Rio de Janeiro década depois, com a inauguração do primeiro corredor de BRT, o Transoeste, em 22 de maio de 2012.

BRT Transoste em outubro de 2020

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