Sistema BRT do Rio já nasce com a capacidade esgotada, dizem especialistas

12/12/2012 - O Estado de S.Paulo

A professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio (UFRJ) e vice-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Fabiana Izaga, avalia que a Transoeste - primeira linha de BRT inaugurada no Rio - está levando urbanização para uma área da cidade que deveria permanecer de proteção ambiental. Com 56 quilômetros de extensão, a Transoeste liga a Barra da Tijuca a Campo Grande e Santa Cruz, no extremo oeste do Rio.


Para Fabiana, a Transcarioca tem um bom traçado, que une linhas radiais, mas deverá ser inaugurada já com a demanda defasada, tendo serviço de má qualidade. No caso da Transbrasil, a arquiteta avalia que a discussão deveria ser ampliada, porque o BRT vai passar pelo centro do Rio, um patrimônio histórico.

Especialista em transportes da Coppe/UFRJ, Paulo Cezar Ribeiro diz que a opção por BRTs consta do plano apresentado ao Comitê Olímpico Internacional e contribuiu para a escolha da cidade como sede dos Jogos. "Estão fazendo o que foi prometido. Se isso resolve os transportes no Rio, aí é outra questão."

Ele ressalta que o BRT apresenta faixa de demanda que não pode ser ultrapassada - o metrô pode transportar de 60 mil a 80 mil passageiros/hora em cada sentido. Já o BRT, ao redor de 20 mil. "Mas nosso sistema de transporte é tão ruim que qualquer coisa que se fizer, mesmo que não seja ótima, melhora um pouco. O que foi acordado com o COI está sendo atendido, mas, pelo nosso feeling, os BRTs logo terão capacidade esgotada." /F.W.

Fonte: O Estado de S.Paulo

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